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Nagorno-Karabakh. As principais datas do enclave desde o fim da URSS

O pequeno território montanhoso de Nagorno-Karabakh, habitado maioritariamente por arménios país reconhecido como parte do Azerbaijão, é, há décadas, palco de violências e de confrontos entre Erevan e Baku.

Nagorno-Karabakh. As principais datas do enclave desde o fim da URSS
Notícias ao Minuto

15:15 - 23/09/23 por Lusa

Mundo Nagorno-Karabakh

As principais datas da história recente do enclave, numa lista elaborada pela agência noticiosa France-Presse (AFP), são as seguintes:

1988 - Violência interétnica

Em fevereiro de 1988, no auge da "Perestroika" -- política reformista conduzida, na década de 1980, pelo então Presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, que abriu as portas à "implosão" do regime comunista --, tiveram lugar as primeiras manifestações a favor da integração do Nagorno-Karabakh na Arménia, enclave do Cáucaso anexado ao Azerbaijão por Estaline em 1921 e com estatuto de autonomia desde 1923.

A violência interétnica eclodiu e cerca de 30 pessoas, sobretudo arménios, foram mortas na cidade azerbaijanesa de Sumgait.

Enquanto a Arménia e o Azerbaijão ainda faziam parte da URSS, Mikhail Gorbachev recusou-se a permitir qualquer alteração das fronteiras. A violência entre as comunidades azeri e arménia aumentou.

1991 - Independência não reconhecida

Após a dissolução da URSS, em 1991, o Nagorno-Karabakh organizou um referendo, boicotado pela comunidade azeri, e proclamou, em 02 de setembro, a independência de Baku, com o apoio de Erevan. A independência não foi reconhecida por nenhum Estado membro da ONU.

1994 - Vitória da Arménia

A saída do exército soviético da região deu lugar a uma escalada de violência e a uma guerra aberta até ao cessar-fogo negociado por Moscovo a 17 de maio de 1994.

Estes anos de conflito causaram 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados que fugiram de um país para outro. A derrota de Baku deu a Erevan o controlo da região e das zonas vizinhas do Azerbaijão.

2016 - Quatro dias de hostilidades

No início de abril de 2016, os intensos combates entre as forças do Azerbaijão e da Arménia duraram quatro dias. Os confrontos, os piores desde 1994, causaram a morte de pelo menos 110 pessoas, entre civis e soldados de ambos os lados.

2020 - A segunda guerra

Em 27 de setembro de 2020, o Azerbaijão lançou uma operação militar contra os separatistas arménios e bombardeou a capital do Nagorno-Karabakh, Stepanakert.

Este novo conflito resultou numa derrota esmagadora para a Arménia, que foi forçada a ceder ao Azerbaijão vastas áreas do território do Nagorno-Karabakh e arredores. 

Como patrocinador do cessar-fogo assinado a 10 de novembro, Moscovo enviou um contingente de manutenção da paz, mas os vários milhares de soldados russos destacados não impediram o aumento dos confrontos no enclave separatista.

2022 - Bloqueio

No final de 2022, o Azerbaijão instalou postos de controlo antes de bloquear o tráfego no corredor de Latchine, a única estrada que liga o Nagorno-Karabakh à Arménia, o que provocou uma grave escassez de alimentos e medicamentos no enclave.

2023 - A ofensiva relâmpago de Baku

Em 19 de setembro, o Azerbaijão anunciou o lançamento de "operações antiterroristas" no Nagorno-Karabakh, após a morte de quatro polícias azeris e de dois civis, na sequência da explosão de minas colocadas por "sabotadores" arménios, segundo Baku.

No dia seguinte, as autoridades do território secessionista, abandonado por Erevan, capitularam e foi acordado um cessar-fogo. 

Pelo menos 200 pessoas morreram e 400 ficaram feridas, segundo os separatistas arménios, e o Nagorno-Karabakh viu-se confrontado com uma emergência humanitária. 

Em 21 de setembro começam as negociações para a "reintegração" do enclave no Azerbaijão, com a perspetiva de os separatistas da autoproclamada a República de Nagorno-Karabakh admitirem a possibilidade de abandonar as armas. No entanto, as conversações ainda decorrem.

Os separatistas comprometeram-se, contudo, a depor as armas no âmbito do acordo de cessar-fogo que pôs termo à breve ofensiva militar do Azerbaijão.

Entretanto, a população civil de Nagorno-Karabakh -- estimada em cerca de 120.000 pessoas -- diz estar a sofrer com a falta de eletricidade, gás, combustível, comunicações e até alimentos.

Leia Também: Nagorno-Karabakh. Separatistas negoceiam retirada e entregam armas

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