Chouriço de peixe entre as atrações da feira do mar em Cabo Verde
Um chouriço com recheio de peixe em vez de carne de porco, é uma das atrações da Expomar, décima edição da feira de produtos ligados ao mar que decorre até sábado na cidade do Mindelo, ilha de São Vicente, Cabo Verde.

© Getty

Mundo Expomar
"Temos vindo a fazer um trabalho de conversão para o pescado de tudo o que é charcutaria e que é feito, normalmente, com carne bovina ou suína", explicou em entrevista à Lusa Walter Silva, técnico do Instituto do Mar (Imar), organismo público.
O Imar aposta na investigação no setor marinho e apresenta ao público a "tecnologia de transformação", com produtos derivados de peixe a ocupar o lugar habitualmente reservado à carne.
Chouriço de cavala, cavala e atum defumados e até presunto de cavala são algumas das propostas.
Há também basturma de atum, com o peixe no lugar normalmente reservado a carne bovina curada nesta especialidade de origem alemã.
"A basturma deu trabalho até conseguirmos prepará-la com atum", conservado em sal, passando por um processo de desidratação e tempero em ervas aromáticas e corantes naturais extraídos de beterraba, explicou o técnico do Imar.
O objetivo não é vender o produto, mas divulgar conhecimento e tecnologia que permita dar mais valor ao pescado e criar oportunidades de negócio.
A sustentabilidade é palavra de ordem e, ao lado, a Escola do Mar (Emar), também da esfera pública, divulga cursos ligados à economia azul com os quais espera cativar mais jovens.
Noutro ponto da feira, o reaproveitamento de materiais está em destaque com a boneca Xixó, da autoria de Margarida Cabral, que a introduz para apresentar a temática das mudanças climáticas, reciclagem e tradição.
A autora resgata as bonecas de pano de antigamente, feitas e pintadas a mão.
"É uma boneca muito versátil que se adapta à temática de qualquer feira, em qualquer parte do mundo, porque Xixó é conhecida como boneca cidadã. Preserva os valores, a nossa cultura e, em princípio, não deve ir para a loja", deve ser entregue diretamente pela artesã à criança.
A boneca tem mais de 10 anos e tem como intuito "educar as crianças" para o reaproveitamento, já que é feita com tecidos velhos, como era prática antigamente com as "bonecas de trapos".
Com mais de dois mil exemplares já produzidos, para dentro e fora do país, Margarida Cabral pretende passar o conhecimento e assim alargar a iniciativa.
A Expomar decorre desde quinta-feira e junta 45 empresas, 30 das quais cabo-verdianas.
O certame conta este ano com a visita de duas missões espanholas, uma da Fundação Expomar, de Burela, e outra da Junta da Galiza, com o objetivo de encetarem contactos com empresas cabo-verdianas.
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