"Tomámos nota da decisão das autoridades de Karabakh de cessar as hostilidades e de depor as armas", declarou o primeiro-ministro Nikol Pashinyan num discurso transmitido pela televisão, um dia depois de Baku ter lançado a ofensiva.
Pashinyan acrescentou que a Arménia não tem unidades militares na região desde agosto de 2021, mas frisou que a cessação dos combates é "muito importante".
"Tomámos nota da decisão das autoridades de Nagorno-Karabakh de cessar as hostilidades e depor as armas. É "muito importante" que os combates cessem no enclave, acrescentou.
A oposição arménia acusa Pashinyan, que denunciou os apelos oposicionistas a um "golpe de Estado", de ter sido responsável pela derrota militar em 2020.
Na terça-feira, houve confrontos em Erevan, com manifestantes a classificarem-no de "traidor" e a exigirem a sua demissão à porta da sede do governo.
Hoje, os dirigentes da não reconhecida República de Nagorno-Karabakh anunciaram terem aceitado depor as armas e negociar a reintegração no Azerbaijão do território que controlavam no enclave.
A decisão dos separatistas ocorreu um dia depois de o Azerbaijão ter lançado uma operação militar no enclave de população maioritariamente arménia, que os separatistas disserem ter causado 32 mortos e mais de 2.000 feridos.
O acordo de cessar-fogo, confirmado pelo Azerbaijão, entrou em vigor às 13:00 locais (10:00 em Lisboa) e foi proposto pela força de manutenção da paz que a Rússia mantém em Nagorno-Karabakh desde 2020.
O gabinete de imprensa da autoproclamada República de Nagorno-Karabakh disse num comunicado que as negociações sobre a reintegração no Azerbaijão vão decorrer a partir de quinta-feira, na cidade azeri de Yevlakh.
Na mesa de negociações vão estar "representantes da população arménia local e representantes das autoridades centrais da República do Azerbaijão", segundo o comunicado citado pela agência russa TASS.
As partes vão "discutir questões de reintegração com base na Constituição e nas leis da República do Azerbaijão", disseram os separatistas arménios.
Serão analisadas "questões levantadas pelo lado azeri sobre a reintegração, garantindo os direitos e a segurança dos arménios de Nagorno-Karabakh".
Os termos da reintegração referem-se também a garantias dos meios de subsistência da população de Nagorno-Karabakh no âmbito da Constituição do Azerbaijão, em conformidade com o acordo alcançado", acrescentaram.
A ofensiva azeri foi lançada terça-feira, horas depois de seis azeris, incluindo quatro polícias, terem morrido na explosão de minas no território que disputa com separatistas arménios, que disseram que a ofensiva do Azerbaijão provocou 32 mortos e mais de 200 feridos.
Ao lançara ofensiva, o Azerbaijão exigiu a retirada "incondicional e total" da Arménia de Nagorno-Karabakh e a dissolução do "chamado regime separatista" para alcançar a paz na região azeri.
Leia Também: Separatistas arménios vão negociar reintegração no Azerbaijão