"De acordo com os dados recolhidos até ao momento, há pelo menos duas vítimas mortais, incluindo uma criança, e 11 feridos, incluindo oito crianças, causados pelos ataques do Azerbaijão", refere o Ministério dos Negócios Estrangeiros da República de Artsakh - como os arménios designam Nagorno-Karabakh -, numa declaração na rede social X (antigo Twitter), publicada cerca das 13h00 de Lisboa.
Na mesma publicação, as autoridades exibem fotografias de crianças feridas, uma hora depois de terem anunciado que a capital do território, Stepanakert, e outras cidades e aldeias, estavam "sob um pesado bombardeamento".
"As forças armadas azeris tentam avançar em profundidade em Artsakh [] (...). As forças de defesa continuam a resistir à ofensiva azeri ao longo de toda a linha de contacto", afirmam os separatistas na mesma rede.
O chefe da diplomacia de Nagorno-Karabakh escreveu, também no X: "Estamos a testemunhar como o Azerbaijão, para implementar a sua política de genocídio, está a mover-se na direção da destruição física da população civil e da destruição de objetos civis de Artsakh".
Baku anunciou uma operação militar no enclave devido à morte de quatro políticas e dois civis azeris numa explosão de minas, que atribuiu a separatistas arménios.
As forças de manutenção da paz russas estão destacadas em Nagorno-Karabakh no âmbito de um cessar-fogo negociado por Moscovo, um aliado tradicional da Arménia, para pôr fim ao anterior conflito na região em 2020.
A Rússia apelou já à contenção e disse que foi informada do início da operação "alguns minutos" antes, depois de Baku ter anunciado que avisou as forças russas.
Depois de ter lançado a operação militar, o Azerbaijão exigiu a retirada "incondicional e total" da Arménia de Nagorno-Karabakh e a dissolução do "chamado regime separatista" para alcançar a paz na região azeri.
Nagorno-Karabakh, uma região montanhosa do Azerbaijão de maioria arménia, declarou a independência de Baku na sequência da desintegração da União Soviética, em 1991.
A declaração da independência desencadeou um conflito armado de que saíram vencedores os separatistas apoiados pela Arménia.
Trinta anos mais tarde, no outono de 2020, as forças armadas do Azerbaijão reconquistaram dois terços do território, situado no sul do Cáucaso.
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