"Pensavam que estava morto". Raptado em bebé reúne-se com a mãe no Chile

Jimmy foi raptado à nascença, há 42 anos, durante a presidência do ditador Pinochet. Foi adotado e levado para os Estados Unidos, onde sempre pensou que a família biológica estava morta. Os pais, no Chile, pensavam o mesmo.

Jimmy L Thyden, Chile,

© Facebook

Notícias ao Minuto
28/08/2023 09:03 ‧ 28/08/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Chile

Jimmy Lippert Thyden nasceu no Chile há 42 anos e, durante esse tempo, os pais biológicos "acreditaram que estava morto". Contudo, fora adoptado por um casal norte-americano e levado para os Estados Unidos. Agora, graças a um artigo do jornal norte-americano USA Today, à organização não governamental (ONG) Nos Buscamos e a um kit de ADN caseiro, "as mentiras acabaram". 

O homem descobriu que foi raptado à nascença e que a sua mãe biológica havia sido informada de que o bebé tinha nascido prematuro e morrera. Jimmy foi então "adotado" e "criado" por uma "família amorosa" nos Estados Unidos, tudo por causa de um esquema levado a cabo durante a ditadura de Pinochet.

"O que eu não sabia era que, há 42 anos, a minha mamã tinha sido enganada sobre a minha existência. Vítima de uma mentira profundamente enraizada e bem organizada", contou o próprio, na rede social Facebook.

Na altura, "o governo do Chile, sob a presidência de Pinochet, tinha um esquema maléfico para levar crianças para fora do Chile, para longe das suas famílias, e adotá-las fora do país com fins lucrativos".

Os pais adotivos, contudo, não sabiam que estavam a adotar um bebé sequestrado das suas famílias, então "pagavam o que acreditavam ser taxas legítimas: taxas para consultas médicas, subsistência para os pais biológicos, etc."

No caso da mãe de Jimmy, Maria Angélica González Cuevas, foi-lhe dito que o filho era um bebé prematuro e precisava de ser colocado numa incubadora. "Antes mesmo de me pegar ao colo ou de me dar o nome, os 'médicos' e as 'enfermeiras' levaram-me para uma incubadora. Foi isso que lhe disseram", contou, acrescentando que "era apenas um esquema".

Quando Maria pediu para ver o filho, disseram-lhe que o bebé tinha morrido. E, quando pediu para ver o corpo e poder enterrar a criança com a criança, disseram-lhe que "tinha sido eliminado". 

"Telma Uribe, que se fazia passar por assistente social, trabalhou com a advogada Maria Luisa Avendaño (que mais tarde se tornou juíza) para traficar milhares de crianças desta forma. Utilizaram vários esquemas", denunciou o homem. 

Apesar de ter crescido numa família que lhe deu "todas as oportunidades" e ter dois "queridos irmãos", Jimmy lamentou o facto de ter vivido durante 42 anos nos Estados Unidos, com "uma papelada do governo chileno que dizia que não tinha familiares vivos".

Jimmy conseguiu localizar a família biológica através do USA Today, da Nos Buscamos e de um kit de ADN caseiro, tudo com "o apoio da família". Descobriu que a mãe está viva e que tem um irmão e uma irmã.

Segundo o jornal USA Today, Jimmy questionou as suas origens em abril quando viu um artigo sobre um homem, residente na Califórnia, que tinha sido roubado à mãe no Chile e adotado ilegalmente por um casal americano. 

O reencontro entre mãe e filho aconteceu este mês. "É um milagre de Deus", disse a mãe, atualmente com 69 anos, ao USA Today. "Quando soube que ele estava vivo, não podia acreditar". 

@humankind This man was illegally adopted from Chile as a baby, but he’s finally meeting his birth family after more than 42 years ‍‍‍ Head to our link in bio for more on this incredible story. 🥹 #adoptionstory #adoptedreunited #adoptedson #motherandson #birthfamily #birthfamilyreunion #goodnews this feeling - Øneheart

Leia Também: Cuidado com método do 'pacote chileno'. Ruas de Madrid palco de assaltos

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