Juliana Marins, natural de Niterói, no estado brasileiro do Rio de Janeiro, está desaparecida desde sábado após cair durante uma caminhada no vulcão Rinjani, em Lombok, na Indonésia. Três dias depois, as equipas de resgate continuam sem conseguir chegar ao local onde alegadamente se encontra.
Segundo a imprensa brasileira, Juliana Marins tem 26 anos e é formada em Publicidade pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Há alguns meses decidiu embarcar numa aventura sozinha pela Ásia, passando pelas Filipinas, Vietname, Tailândia e Indonésia - onde chegou no final de fevereiro.
Durante o seu 'mochilão' pelo país asiático, Marins decidiu contratar uma empresa local de turismo para fazer a subida até ao vulcão Rinjani, conta a revista Exame. No entanto, acabou por sofrer uma queda quando fazia um passeio junto a um lago com outras 12 pessoas e encontra-se num declive a centenas de metros da trilha original.
A equipa de busca e salvamento do país adiantou, esta segunda-feira, que está em causa uma operação "extrema e desafiante" e que não se conhece o estado de saúde em que está a vítima.
A jovem foi vista pela última vez pelas 17h10 locais de sábado (10h00 em Lisboa) por um drone de outros turistas. Nas imagens aparecia sentada após a queda, mas quando as equipas chegaram ao local já não a encontraram.
Juliana está há três dias "sem água, comida e agasalhos"
As buscas entraram esta segunda-feira no terceiro dia, mas foram interrompidas pelas 16h00 (9h00 em Lisboa) devido a "condições climáticas".
"Um dia inteiro e eles avançaram apenas 250 metros, faltavam 350 metros para chegar à Juliana e eles recuaram mais uma vez", lamentou a família da brasileira na página ‘Resgate Juliana Marins’ na rede social Instagram, criada para divulgar informações sobre o desaparecimento.
Numa publicação, a família acrescentou que a jovem "segue sem água, comida e agasalhos por três dias" e lamentou que Juliana vá "passar mais uma noite sem resgate por negligência".
A família mostrou ainda vídeos do céu limpo no local pelas 9h00, que passou a muito nublado pelas 16h00 - altura em que as buscas foram suspensas. "Aparentemente é padrão nesta época do ano que o clima se comporte dessa forma, eles têm ciência disso e não agilizam o processo de resgate", explicou.
Guia turístico nega ter abandonado Juliana Marins
Segundo o Globo, a imprensa indonésia revelou que Juliana Marins terá sido deixada para trás pelo guia turístico após se queixar de cansaço. No entanto, o homem, identificado como Ali Mustafa, negou as acusações.
"Na verdade, eu não a deixei, mas esperei três minutos à frente dela. Depois de uns 15 ou 30 minutos, a Juliana não apareceu. Procurei por ela no último local de descanso, mas não a encontrei. Eu disse que a esperaria à frente. Eu disse para ela descansar. Percebi [que ela havia caído] quando vi a luz de uma lanterna num barranco a uns 150 metros de profundidade e ouvi a voz da Juliana pedindo socorro. Eu disse que iria ajudá-la", contou o guia ao Globo. "Tentei desesperadamente dizer à Juliana para esperar por ajuda".
Mustafa explicou ainda que ligou para a empresa para a qual trabalha para alertar sobre o acidente e pedir que acionasse uma equipa de resgate.
A brasileira Juliana Marins que caiu na trilha do vulcão foi abandonada pelo guia turístico, estava “perto” e pelo descaso das autoridades agora está desaparecida e tudo está nublado. O governo da Indonésia ainda mentiu falando que enviou alimento e ajuda. Que situação revoltante pic.twitter.com/tEFiFqpkFB
— Aline Oliveira (@Aliineoliiveira) June 22, 2025
No domingo, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil garantiu que a sua embaixada em Jacarta "mobilizou as autoridades locais ao mais alto nível" para a operação de resgate numa "região remota, a aproximadamente quatro horas do centro urbano mais próximo".
Além disso, indicou que dois funcionários da embaixada se deslocariam ao local para supervisionar pessoalmente os trabalhos de resgate.
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