Em declarações numa conferência de imprensa no Palácio de la Magdalena, em Santander, para assinalar o início de uma nova edição do curso "Quo Vadis Europa" da Universidade Internacional Menéndez Pelayo, o Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança Política, Josep Borrell, revelou estarem a "ser feitos trabalhos" para uma reunião de "alto nível" sobre a paz na Ucrânia.
De acordo com o chefe da diplomacia comunitária, esta cimeira sobre a paz em território ucraniano aconteceria "provavelmente" durante a semana de alto nível da Assembleia-Geral das Nações Unidas, no final de setembro.
A 78.ª sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas terá início a 05 de setembro, enquanto os encontros de alto nível se realizam entre 19 e 29 de setembro.
Estas declarações de Borrell surgem depois de, no início deste mês, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter dito que esperava que uma cimeira de paz na Ucrânia fosse realizada no outono, após conversações na Arábia Saudita que classificou como um passo em frente para esse objetivo.
De acordo com Josep Borrell, a ideia é realizar essa cimeira de paz precisamente após essa reunião que teve lugar no início de agosto em Jidá, na Arábia Saudita, com a participação de mais de 40 países, incluindo a China, e que foi "mais um passo da Ucrânia para conseguir que a comunidade internacional pressionasse a Rússia a parar a guerra".
"Só a Rússia pode parar, foi a Rússia que começou e é a Rússia que tem de acabar", adiantou o responsável europeu, garantindo que a UE "continuará a apoiar a Ucrânia".
Já quando questionado na ocasião sobre o envio de caças F-16 para a Ucrânia, depois de ter sido conhecido que a Dinamarca e os Países Baixos vão dar esse passo, Josep Borrell indicou que tal mobilização não resulta de um acordo ao nível europeu, representando antes "decisões bilaterais de vários países que formaram um grupo para coordenar a sua ação".
Ainda assim, segundo o alto representante, a UE "certamente" financiará "uma parte" dos custos, se os países promotores o solicitarem.
Josep Borrell disse ainda estar confiante de que estes F-16 poderão "ser úteis".
No domingo, Volodymyr Zelensky anunciou que os Países Baixos e a Dinamarca iriam enviar aviões de guerra F-16 à Ucrânia, que serão entregues quando determinadas condições forem cumpridas.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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