Idi Kalonda, que se fez acompanhar por cerca de 20 advogados, apresentou-se como "empresário" nesta audiência realizada na prisão militar de Ndolo, onde se encontra detido há várias semanas.
O acusado, de 49 anos, foi detido por militares em 30 de maio no aeroporto de Ndjili, quando se dirigia para Lubumbashi (sudeste), onde reside.
O procurador militar acusa-o de ter estado em contacto com os rebeldes do M23 e com o seu suposto patrocinador, o Ruanda, para atacar a RDCongo.
Um segundo arguido neste processo, o tenente-coronel Ali Inusa, que se encontra em fuga, está a ser julgado à revelia.
Idi Kalonda é acusado de "ligações a uma potência estrangeira com o objetivo de provocar hostilidades ou atos de agressão contra a República", segundo a acusação.
Entre 2020 e 2023, em Lubumbashi e Kinshasa, Idi Kalonda foi acusado de "traição" por "ter mantido contactos" com membros do Movimento 23 de março (M23), autoridades militares ruandesas e um conselheiro do Presidente ruandês, Paul Kagame, "com vista a iniciar hostilidades contra a República Democrática do Congo", ainda segundo a acusação.
O conselheiro de Katumbi também é acusado de ter "transmitido às autoridades ruandesas" e aos líderes do M23 "durante comunicações secretas pela rede social WhatsApp, comunicados da oposição política democrático-congolesa sobre a situação no país".
O M23, um movimento predominantemente tutsi, voltou a pegar em armas no final de 2021 e apoderou-se de vastas extensões de território a norte de Goma, no leste da RDCongo, na fronteira com o Ruanda e o Uganda.
Desde o início das suas atividades militares, a RDCongo acusa o Ruanda de armar este movimento rebelde e de lutar ao seu lado, uma alegação corroborada por peritos da ONU, embora Kigali a negue reiteradamente.
Moïse Katumbi, antigo governador (2007-2015) de Katanga (sudeste), região mineira e pulmão económico da República Democrática do Congo (RDCongo), abandonou a coligação União Sagrada, que apoiou a eleição do atual Presidente da RDCongo, Félix Tshisekedi, e anunciou em dezembro de 2022 a sua entrada na corrida presidencial.
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