Em comunicado, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, sustentou que a UE "apoia firmemente a unidade, soberania e integridade territorial do Iraque, e o respeito total pela diversidade étnica e religiosa".
Os 27 do bloco europeu, acrescentou o alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros na mesma nota, "reconhecem os esforços do Governo do Iraque para proteger e melhorar a situação das pessoas que pertencem às comunidades vulneráveis no país, incluindo os yazidi".
Esta minoria curda em particular "continua a enfrentar desafios significativos", por exemplo, "obstáculos que impedem as pessoas deslocadas de regressar às suas casas (...), acesso limitado a serviços básicos, preocupações de segurança, como os recentes episódios de discurso de ódio, que a UE condena veementemente".
Josep Borrell exortou o Governo iraquiano e as autoridades regionais curdas a respeitarem o Acordo de Sinjar (firmado em outubro de 2020 e que estipulou a expulsão de todos os grupos de milícias ilegais) e apelou à cooperação de todas as partes envolvidas com as Nações Unidas e com a comunidade internacional.
Bruxelas também quer a adoção da Lei para as Mulheres Yazidi Sobreviventes com as devidas compensações, incluindo territoriais, numa referência às mulheres escravizadas pelo autoproclamado Estado Islâmico (EI).
"Como um apoiante a longo prazo dos direitos e da proteção da comunidade yazidi, a União Europeia vai liderar os esforços de responsabilização pelas atrocidades cometidas pelo Daesh [acrónimo árabe do grupo extremista Estado Islâmico]", referiu o representante.
E finalizou: "Muitos dos membros da comunidade que escaparam do Daesh encontraram refúgio na UE através de programas de acolhimento, a diáspora yazidi tem uma grande importância na nossa sociedade europeia".
Na terça-feira, o Reino Unido reconheceu oficialmente o genocídio da comunidade yazidi pelo grupo extremista EI.
O reconhecimento antecedeu o nono aniversário das atrocidades cometidas pelos jihadistas contra esta minoria étnico-religiosa.
Em agosto de 2014, os jihadistas ocuparam o Monte Sinjar, região que servia de lar histórico desta comunidade, no norte do Iraque, "numa tentativa sistemática de a apagar da existência", de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Os jihadistas consideram como hereges os yazidis e a sua religião monoteísta esotérica.
O Iraque declarou vitória sobre o EI em 2017, antes de o grupo extremista perder o último reduto na Síria em 2019.
Em 30 de novembro de 2021, os tribunais alemães foram os primeiros a reconhecer os crimes contra a comunidade yazidi como genocídio, numa decisão considerada histórica por organizações de direitos humanos.
Desde então, este reconhecimento tem sido feito por vários parlamentos e organizações internacionais.
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