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Líder golpista do Burkina Faso descreve Rússia como "uma família"

O líder golpista do Burkina Faso e proclamado "presidente de transição", Ibrahim Traoré, descreveu a Rússia como uma "família para a África" criticando a submissão ao "imperialismo" exibida por outros líderes africanos.

Líder golpista do Burkina Faso descreve Rússia como "uma família"
Notícias ao Minuto

14:00 - 29/07/23 por Lusa

Mundo Burkina Faso

Durante a Cimeira Rússia-África 2023 realizada em São Petersburgo, Traoré declarou que o seu país "sente a Rússia como uma família" em virtude "da história compartilhada na luta contra o nazismo" e diante dos resquícios da política colonial que ainda sobrevive no continente.

O Burkina Faso, governado por uma junta militar desde o golpe de janeiro de 2022 contra o então presidente Roch Marc Christian Kaboré, tem vindo a registar insegurança crescente desde 2015.

A junta militar agora chefiada por Traoré protagonizou um motim em setembro, que foi considerado um "golpe palaciano" contra o até então líder, Paul-Henri Sandaogo Damiba.

Os ataques contínuos no país, perpetrados tanto pelo grupo afiliado da Al-Qaeda quanto pelo afiliado do Estado Islâmico na região, também contribuíram para o aumento da violência intercomunitária e fizeram florescer grupos de autodefesa, aos quais o governo do Burkina Faso adicionou 'voluntários' para reforçar as operações antiterroristas.

Os chamados Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP) têm sido acusados, por organizações civis do país africano, como responsáveis por massacres como o ocorrido em março deste ano na comunidade de Rollo, no centro-norte do país, que terminou com cerca de vinte civis mortos.

Em resposta, Traoré garante que esses voluntários são alvo de uma campanha de difamação do "imperialismo". "Estamos surpresos que os descrevam como 'milícias' de qualquer tipo porque, na Europa, as pessoas que defendem a sua terra são chamadas de patriotas", referiu no seu discurso, noticiado pelo Burkina24.

"Quando o povo decide defender-se, eles chamam-nos de milícias. Mas esse não é o problema. O problema é que há chefes de Estado africanos cantando as mesmas canções que os imperialistas, chamando-nos de milicianos, tratando-nos como homens que não respeitam os direitos humanos", lamentou.

"Os chefes de Estado africanos devem parar de se comportar como marionetes que dançam cada vez que os imperialistas puxam os cordelinhos", concluiu o capitão, reivindicando ter acabado com "mais de oito anos da forma mais bárbara de manifestação, violência do neocolonialismo, imperialismo e a escravidão que tendem a impor" ao seu país.

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