A câmara alta do Congresso, o parlamento norte-americano, deu luz verde na quinta-feira à noite a uma proposta de orçamento da Defesa em 2024 no valor de 886 mil milhões de dólares (cerca de 807 mil milhões de euros).
A proposta de lei recebeu 86 votos a favor e 11 contra, muito acima do mínimo necessário de 60 votos, depois de vários senadores republicanos terem desafiado o partido, votando ao lado da maioria Democrata no Senado.
A proposta rejeitou duas emendas polémicas aprovadas pelos Republicanos na Câmara de Representantes, a câmara baixa do Congresso, em 14 de julho, para impedir que o Departamento de Defesa subsidie despesas com viagens para a realização de abortos ou para tratamentos hormonais e cirúrgicos de transição de género.
"O contraste é gritante", disse o líder da maioria Democrata no Senado, Chuck Schumer. "Os Republicanos da Câmara [de Representantes] estão a tentar aprovar uma legislação partidária que não tem hipóteses de conseguir uma aprovação final," defendeu.
No ano passado, o Pentágono anunciou a intenção de pagar as deslocações a militares ou familiares de militares que precisem de viajar para estados onde o aborto é legal, depois de o Supremo Tribunal ter retirado o direito federal à interrupção da gravidez.
As duas câmaras do Congresso vão ter, a partir de setembro, quando os deputados e senadores regressarem das férias de verão, de procurar um compromisso para o orçamento da Defesa antes do final do ano.
O líder Republicano no Comité das Forças Armadas do Senado, Roger Wicker, disse que as negociações com a Câmara de Representantes vão começarão "muito em breve" e acrescentou estar confiante da aprovação do orçamento, algo que tem acontecido todos os anos desde 1961.
A proposta de lei aprovado no Senado inclui ainda ajuda militar no valor de 300 milhões de dólares (273 milhões de euros) à Ucrânia e mais de nove mil milhões de dólares (8,2 mil milhões de euros) para competir contra o exército da China.
A proposta atribui também um aumento de 5,2% nos salários dos militares e financiamento para nove novos navios para a Marinha dos Estados Unidos, avançou a imprensa norte-americana.
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