Um enfermeiro no estado do Oregon, nos Estados Unidos, foi considerado culpado na terça-feira por violar e abusar sexualmente de nove reclusas num estabelecimento prisional na região, após aproveitar-se da sua posição de autoridade para efetuar os crimes.
O júri do tribunal decidiu unanimemente considerar Tony Klein culpado por 21 dos 23 crimes pelos quais estava acusado, incluindo 17 crimes de agressão sexual e quatro por mentir sob juramento.
A sentença será conhecida em outubro, sendo que Klein enfrenta agora a possibilidade de passar a vida na prisão.
Segundo conta a Oregon Public Broadcasting, citada pela Associated Press, o enfermeiro, de 38 anos, aproveitou-se das mulheres no centro correcional Coffee Creek, em Wilsonville, a sul de Portland, com 17 mulheres a testemunharem que Klein tocou-lhes de forma inapropriada durante exames médicos ou enquanto estas limpavam a enfermaria da prisão.
Outras reclusas revelaram que o enfermeiro forçou-as a ter relações sexuais, sendo que algumas acreditavam que, caso recusassem os seus avanços, podiam enfrentar uma sanção disciplinar, receando a posição de superioridade hierárquica e a discriminação de género no sistema prisional.
O júri também considerou que Tony Klein privou as mulheres do seu direito constitucional de cumprir um castigo de forma justa e sem crueldade.
Klein trabalhou na prisão entre 2010 e 2018, demitindo-se quando a polícia estatal de Oregon abriu uma investigação a alegações de abuso sexual na prisão. O departamento da justiça dos Estados Unidos só avançou com uma acusação formal em 2022. O profissional de saúde garante que nunca fez nada de errado, negou todas as acusações e não prestou declarações durante o julgamento de duas semanas.
A sua defesa ainda sugeriu que Klein estava a ser vítima de um embuste, com o objetivo de lhe extrair compensações financeiras. O tribunal deixou claro que não havia nenhumas provas nesse sentido.
A procuradora do estado do Oregon, Natalie Wight, elogiou o veredito, agradecendo a coragem das mulheres em causa. "Tony Klein usou a sua posição de autoridade para atacar as mulheres que estavam numa posição desigual e vulnerável", apontou.
Houve ainda uma série de outras queixas apresentadas contra Klein e contra o departamento de prisões dos EUA, a partir de 2019, com o estado a pagar um total de 1,87 milhões de dólares (cerca de 1,7 milhões de euros) às vítimas.
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