Segundo a Guarda Fronteira da Polónia, 54 pessoas, maioritariamente do Iémen, Índia e Eritreia, tentaram no domingo atravessar ilegalmente a fronteira da Bielorrússia, tendo atacado os funcionários fronteiriços com pedras.
A fronteira na cidade de Dubicze Cerkiewne foi atacada quatro vezes e a de Melnyk duas, segundo um relatório das autoridades publicado na rede social Twitter.
Desconhece-se se os imigrantes conseguiram entrar em solo polaco.
A fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia tem 407 quilómetros de extensão.
Desde 2021, a Polónia e os Estados Bálticos têm denunciado a Bielorrússia por utilizar as migrações como forma de pressão em retaliação às sanções da União Europeia (UE) emitidas após as polémicas e contestadas eleições de 2020, em que o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, ganhou um quinto mandato.
Em julho de 2022, a Polónia concluiu a construção de uma vedação de cinco metros de altura e 186 quilómetros de comprimento. Apesar disso, e da presença contínua de agentes polacos, continuam as tentativas de travessia.
A situação pode ainda ser agravada pela presença de mercenários do Grupo Wagner, que, depois de combaterem ao lado de Moscovo na sequência da invasão russa da Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro de 2022, passaram a estar baseados em solo bielorrusso.
No domingo, Alexander Lukashenko garantiu ao homólogo russo, Vladimir Putin, que mantém o grupo Wagner no centro da Bielorrússia, algumas semanas depois da chegada dos combatentes deste grupo após a rebelião fracassada na Rússia.
"Eles estão a pedir para ir mais para o oeste (...) para Varsóvia, Rzeszów", já na Polónia, disse ironicamente Lukashenko ao presidente russo, que esboçou um leve sorriso, segundo a agência AFP.
No entanto, o presidente bielorrusso garantiu que Minsk estava a controlar a situação.
"Mas claro que os mantenho no centro da Bielorrússia, como havíamos combinado", acrescentou, dirigindo-se a Vladmir Putin.
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