Detidas 110 pessoas em El Salvador por branqueamento de capitais
As autoridades de El Salvador detiveram 110 pessoas, maioritariamente colombianas, acusadas de fazerem parte de uma rede de branqueamento de dinheiro que defraudou milhares de salvadorenhos.
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Mundo El Salvador
"Foi comprovada a existência de uma organização criminosa formada por estrangeiros, maioritariamente de nacionalidade colombiana", anunciou o procurador-geral Rodolfo Delgado, em conferência de imprensa, acrescentando que a investigação foi conduzida "nos últimos dias".
Na operação, foram detidos 105 colombianos, um argentino, um guatemalteco e três salvadorenhos.
Alguns eram ex-militares ou ex-polícias, que entraram em El Salvador "como turistas", e ofereciam empréstimos a clientes, sem estarem registados na entidade reguladora do sistema financeiro, disse.
O dinheiro emprestado entrava em El Salvador sob a forma de "remessas ou transações bancárias" provenientes do estrangeiro, explicou Delgado.
A rede oferecia empréstimos com taxas de juro de 20% e os clientes que não pagavam eram ameaçados ou a identidade era usurpada pelos criminosos para acederem a contas ou a cartões bancários e enviarem dinheiro para o estrangeiro, disseram as autoridades.
"Quando as vítimas não conseguem pagar, os cobradores de dívidas ameaçam-nas e depois fingem dar ajuda, dizendo-lhes que a dívida será anulada se abrirem contas bancárias e fornecerem todos os códigos de acesso", de acordo com um comunicado conjunto da polícia e do Ministério Público.
Desde 2021, a rede enviou "mais de 20 milhões de dólares" [17,8 milhões de euros] para a Colômbia, disse Delgado, acrescentando ter recebido mais de três mil denúncias de fraudes informáticas "perpetradas por colombianos".
De acordo com o ministro da Justiça e Segurança salvadorenho, Gustavo Villatoro, os 110 detidos faziam parte da estrutura "Gota a Gota", surgida dos cartéis colombianos em 1998 e que poderá estar a operar em vários países.
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