Há um ano, o Ministério da Defesa russo admitiu que as suas forças abandonaram a ilha Zmiinyi [Ilha da Serpente], naquilo que classificou como um "gesto de boa vontade", depois de ter mantido 13 soldados em cativeiro que, inicialmente, foram dados como mortos, ao desafiarem um navio russo. Agora, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinalou este marco como "uma das maiores vitórias" para o país que, na primavera do ano passado, "ninguém esperava que conseguisse defender" a ilha.
"Hoje é o primeiro aniversário da libertação da Ilha da Serpente dos invasores russos. É uma das nossas maiores vitórias. No ano passado, na primavera, ninguém esperava que a Ucrânia pudesse implementar, em particular, esta tarefa fundamental de defesa - fornecer segurança à ilha e, portanto, a uma parte significativa da área aquática do Mar Negro. Mas os nossos soldados conseguiram. Os terroristas russos precisavam da Ilha da Serpente para destruir todo o sul do nosso país, a nossa bela Odessa e outras cidades. Os nossos soldados detiveram-nos e expulsaram-nos", apontou o chefe de Estado, no seu habitual discurso noturno à nação.
O responsável ressalvou, nessa linha, que "a Ucrânia e os ucranianos são muito mais fortes do que as pessoas pensam". "Por vezes, até mais fortes do que pensamos", adiantou, tecendo agradecimentos a todos aqueles que, ao combater "os terroristas russos, estão a mostrar a todo o mundo uma nova força ucraniana – a verdadeira força ucraniana".
"Nunca perderemos essa força e será sempre um pilar da segurança do mundo livre", complementou.
Zelensky garantiu estar grato por todos aqueles que "libertaram a Ilha da Serpente", assegurando que recordará "os heróis, os soldados, aqueles que deram a vida por esta vitória ucraniana" para sempre.
Sublinhe-se que o grupo de soldados da Ilha da Serpente ficou conhecido por fazer uma declaração de desafio contra um navio de guerra russo, antes de ser atacado. Numa gravação transmitida pelo The Guardian, a embarcação pediu aos soldados ucranianos para se renderem, mas recebeu uma resposta dura.
"Isto é um navio militar russo. Sugerimos que baixem as armas e se rendam para evitar o derramar de sangue e vítimas desnecessárias. Senão, disparamos", avisaram as forças invasores. A resposta dos ucranianos foi curta: "Navio militar russo, vá-se lixar".
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 9.083 civis desde o início da guerra e 24.862 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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