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Honduras instadas a investigar morte de 46 mulheres numa prisão

As Nações Unidas (ONU) e a organização não-governamental (ONG) Oxfam instaram esta quarta-feira as Honduras a investigar a morte de 46 mulheres numa prisão, após confrontos entre gangues rivais, para que os responsável sejam punidos.

Honduras instadas a investigar morte de 46 mulheres numa prisão
Notícias ao Minuto

06:58 - 22/06/23 por Lusa

Mundo Honduras

"Rejeitamos e condenamos a violência contra as mulheres, a violência nas prisões e a violência em todas as suas formas", salientou a ONU em comunicado.

O organismo liderado por António Guterres instou o Estado das Honduras a "investigar os fatos e tomar medidas contundentes para garantir que incidentes como este não voltem a acontecer e que a vida das pessoas privadas de liberdade seja protegida".

A ONU destacou também que todos os presos "têm direito a ser tratados com humanidade e a ter respeitada e garantida a sua dignidade, vida e integridade física, psíquica e moral".

E reiterou ainda o seu compromisso de trabalhar com o Estado e a sociedade civil para "melhorar as condições e proteger os direitos humanos de todas as pessoas, inclusive daquelas privadas de liberdade".

A explosão de violência esta terça-feira no estabelecimento prisional situado a cerca de 25 quilómetros a norte da capital, Tegucigalpa, resultou em 46 mulheres mortas.

A Oxfam realçou, em comunicado, que é inadmissível que 46 mulheres tenham morrido "sob a proteção do Estado", considerando o incidente "injustificável e que poderia ter sido evitado".

Esta ONG apelou às autoridades hondurenhas para que "investiguem os fatos, punam os responsáveis e compensem pelos danos", expressando a sua solidariedade às famílias das vítimas.

"Expressamos a nossa tristeza e dor pelos acontecimentos ocorridos nos últimos meses, onde mais de 200 mortes violentas de mulheres foram registadas no país até o momento este ano", acrescentou.

As autoridades hondurenhas devem adotar "as medidas de proteção e prevenção necessárias para salvaguardar a vida das mulheres privadas de liberdade e de seus filhos e filhas menores que as acompanham", insistiu ainda a Oxfam, cujo principal objetivo é construir espaços livres de violência.

A maioria das vítimas foi queimada viva num incêndio de origem criminosa, ao passo que as restantes sucumbiram a ferimentos de armas de fogo, referiu esta terça-feira a procuradoria hondurenha.

Segundo a representante das famílias das reclusas, Delma Ordoñez, as vítimas são membros do gangue Mara Salvatrucha, o que parece, na sua opinião, indicar que a agressão foi protagonizada por reclusas do gangue rival Barrio 18.

Cerca de 900 mulheres estavam encarceradas no setor da prisão de Tamara onde deflagrou o incêndio.

Um inquérito está em curso para determinar qual dos gangues esteve na origem da agressão.

As Honduras estão corroídas pela corrupção e o terror infligido pelos 'maras'(gangues), que se dedicam, como nos vizinhos Guatemala e El Salvador, à extorsão, ao tráfico de droga e aos assassínios a soldo.

Leia Também: Sobe para 46 mortos balanço de rixa numa prisão de mulheres nas Honduras

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