De acordo com um oficial das forças armadas do país, os ataques aéreos, que foram efetuados perto da cidade de Jamame, na região de Lower Juba, visaram um ponto de encontro dos terroristas, informou hoje a Agência Nacional de Notícias da Somália (SONNA).
Segundo a fonte, os terroristas estavam a planear um ataque a uma base do exército somali e das forças regionais na cidade de Barsanguni, na mesma região e a norte da cidade costeira de Kismayo, capital do Estado de Jubaland.
Os líderes terroristas Adan Abdirahman e Idiris Abdirahim Nur, este último de origem queniana, foram mortos durante a operação, disse a fonte.
Este não é o primeiro ataque a uma base militar planeado pelo grupo, que matou 54 soldados ugandeses a 26 de maio, quando invadiu um campo dirigido pela Missão de Transição da União Africana na Somália (ATMIS) na região sul de Lower Shabelle.
Num ato semelhante, em 07 de junho, os terroristas atacaram uma base militar no sudoeste do país, na região de Gedo, dirigida por pessoal do exército etíope destacado no país para ajudar na luta contra o terrorismo, embora não tenham sido registadas mortes nessa ocasião.
O Presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, anunciou uma "guerra total" contra o Al-Shebab em agosto passado e, desde então, o exército somali, apoiado pela Missão de Transição da União Africana na Somália (ATMIS), tem levado a cabo ofensivas contra os terroristas, por vezes com a assistência militar dos Estados Unidos.
Em resposta, o grupo terrorista levou a cabo atentados de grande envergadura, como o duplo ataque com um carro armadilhado, de 29 de outubro, contra o Ministério da Educação na capital, Mogadíscio, que matou pelo menos 120 pessoas.
O Al-Shebab, afiliado desde 2012 ao grupo fundamentalista Al-Qaida, efetua frequentemente atentados na capital e noutras regiões do país com o objetivo de derrubar o governo central - apoiado pela comunidade internacional - e instaurar um Estado islâmico ultraconservador.
O grupo controla as zonas rurais do centro e do sul da Somália e ataca também países vizinhos como o Quénia e a Etiópia.
A Somália vive em estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando o país sem um governo efetivo e nas mãos de milícias islamitas e senhores da guerra.
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