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Blinken garante apoio dos EUA aos Estados do Golfo

O chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, garantiu quarta-feira aos seus homólogos dos Estados do Golfo a manutenção do apoio norte-americano, em contexto de alteração de alianças regionais, depois da aproximação entre sauditas e iranianos.

Blinken garante apoio dos EUA aos Estados do Golfo
Notícias ao Minuto

00:09 - 08/06/23 por Lusa

Mundo EUA

Na capital saudita, durante o segundo dia da sua visita ao reino ultraconservador, Blinken participou em uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos Estados membros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), cuja secretaria-geral está em Riade.

Os EUA continuam "plenamente investidos na parceria" com os Estados do Golfo, declarou.

Pouco antes, Blinken tinha reunido com o seu homólogo saudita, Fayçal bin Farhane.

Depois, o Departamento de Estado informou que foi decidido "a continuação dos esforços conjuntos para lutar contra o terrorismo, obter uma paz durável no Iémen e promover a estabilidade, a segurança (...) na região".

Mas também "prosseguir a sua sólida cooperação e acabar com os combates no Sudão", onde sauditas e norte-americanos têm um papel relevante nas negociações entre os dois generais em guerra, que estão em ponto morto, depois de mais uma trégua violada.

Durante a noite de terça-feira, Blinken esteve com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, o dirigente de facto do país, no palácio real, em Jeddah, nas costas do Mar Vermelho.

Muito aguardado, este encontro permitiu uma "conversa aberta e sincera" sobre questões bilaterais e multilaterais, mas também sobre os direitos humanos "de uma maneira geral e sobre problemas específicos", declarou um dirigente dos EUA, sob anonimato.

Os direitos humanos são um dos principais pontos de contencioso entre Washington e Riade. Os dirigentes dos EUA consideram, não obstante, que devem continuar a manter relações fortes com o aliado saudita, cujo papel na cena internacional é cada vez mais acentuado.

"Estamos confrontados com um certo número de crises acumuladas na região, e esta reunião [com o CCG] deve ser a ocasião (...) de definir como os EUA podem aí desempenhar um papel positivo em parceria com o Conselho", disse na terça-feira o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majid al-Ansari.

Na quinta-feira, ainda em Riade, Blinken vai presidir, com Farhane, uma reunião da coligação de Estados contra o grupo designado Estado Islâmico, ciada em 2014 e que junta dezenas de países.

A visita de Blinken a Riade, cerca de um ano depois da do presidente Joe Biden, ocorre em um momento-chave na região, com mudanças nas alianças, como a reaproximação histórica entre a Arábia Saudita e dois dos inimigos dos EUA, o Irão e a Síria.

No que pode ser visto como um acaso de calendário, o Irão reabriu a sua embaixada em Riade na terça-feira, ao fim de sete anos de rutura, quase no mesmo momento em que Blinken aterrava no país.

E o presidente sírio, Bachar al-Assad, esteve em Raide há cerca de três semanas, para a sua reconciliação com a Liga Árabe.

Apesar de se declarem opostos a esta reintegração, os EUA só puderam registar a ocorrência.

O outro grande assunto é a esperança alimentada pelos EUA de uma normalização das relações entre Israel e Arábia Saudita, ainda impensável há poucos anos e que constituiriam uma alteração relevante na região.

Blinken falou do assunto durante o encontro com Bin Salman, com ambos a decidirem "continuar o diálogo" sobre este assunto, indicou o secretário de Estado.

Na véspera de viajar para a Arábia, Blinken declarou, durante um evento com o grupo de pressão pró-Israel AIPAC, em Washington, que os EUA tinham "um interesse verdadeiro de segurança nacional em promover uma normalização entre Israel e a Arábia Saudita".

Nos últimos anos, os Emirados Árabes Unidos, o Barém e Marrocos normalizaram as suas relações com Israel, rompendo com décadas de consenso árabe que condicionava o estabelecimento das relações com Israel à resolução da questão palestiniana.

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