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Destruição de barragem. "Não tenho dúvidas de que é uma operação russa"

José Milhazes atirou que "se não se tivesse começado esta maldita guerra, se [Vladimir] Putin não tivesse invadido a Ucrânia, esta terrível tragédia ambiental não teria acontecido", recordando que "as consequências são gravíssimas".

Destruição de barragem. "Não tenho dúvidas de que é uma operação russa"
Notícias ao Minuto

19:48 - 07/06/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

País Ucrânia/Rússia

O jornalista e historiador José Milhazes assegurou, na terça-feira, não ter dúvidas de que a destruição parcial da barragem de Kakhovka se tratou de "uma operação russa", dando conta das consequências "gravíssimas" do desastre que assolou aquela região do sul da Ucrânia sob controlo russo.

"Não tenho dúvidas de que se trata de uma operação russa", começou por dizer, no seu espaço de comentário na SIC Notícias.

O historiador foi mais longe, atirando que "se não se tivesse começado esta maldita guerra, se [Vladimir] Putin não tivesse invadido a Ucrânia, esta terrível tragédia ambiental não teria acontecido", recordando que "as consequências são gravíssimas".

"Não são só as centenas de casas que vão ficar debaixo de água. São, por exemplo, as 150 toneladas de óleo que foram derramadas. Foram submersos cemitérios, lugares onde estavam enterrados animais doentes, pode provocar problemas na refrigeração de Zaporíjia – a [consequência] mais terrível", enumerou.

O jornalista deu ainda conta de que "a imprensa e o próprio dirigente local russo diziam que se tratava de falhas técnicas", equacionando que essa hipótese poderia ser verosímil, uma vez que "a albufeira estava demasiado cheia".

"Seja como for, vamos ver quais serão as implicações deste desastre na própria ofensiva ucraniana. Vai ela ter de mudar de rumo e ser refeita, de alguma forma? A zona atingida é gigantesca, e atravessar rios não é propriamente fácil para armamentos que deveriam avançar em terreno seco", apontou.

Milhazes criticou também o Serviço Federal da Rússia, que acusou de procurar "criar pânico e desviar a atenção" ao "dizer que a Ucrânia se preparava para utilizar armas nucleares móveis".

Recorde-se que a destruição parcial da barragem, numa região controlada pelas forças russas, provocou inundações em pelo menos 24 localidades, segundo anunciou o ministro do Interior ucraniano, Igor Klymenko.

Considerada no início da invasão como um alvo prioritário para os russos, esta barragem hidroelétrica no rio Dnipro está agora na linha da frente entre as regiões controladas por Moscovo e o resto da Ucrânia, sendo que os países culpam-se mutuamente pelo desastre.

A barragem situa-se a 150 quilómetros da central nuclear de Zaporíjia, mas a AIEA disse que as cheias provocadas pela destruição da infraestrutura não representam um perigo imediato para a central.

Construída na década de 1950, durante o período soviético, a barragem permite o envio de água para o canal da Crimeia do Norte, que parte do sul da Ucrânia e atravessa toda a península ocupada e anexada por Moscovo desde 2014.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14.7 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.983 civis desde o início da guerra e 15.442 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Destruição de barragem na Ucrânia faz temer catástrofe humana e ecológica

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