Julgamento pode tornar Bolsonaro inelegível marcado para 22 de junho
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil marcou para 22 de junho o início do julgamento que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível.
© Lusa
Mundo Brasil
Em comunicado divulgado na segunda-feira à noite (madrugada de hoje em Lisboa), o TSE divulgou o cronograma da ação movida pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) e apoiada pelo Ministério Público Eleitoral contra Bolsonaro e o seu candidato a vice-presidente, o general Walter Braga Netto.
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral, que "discute a prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, será iniciada na sessão plenária do dia 22 de junho", explicou o tribunal.
Jair Bolsonaro está a ser acusado de ter lançado ataques contra o sistema de votação em 2022, quando ainda era presidente, sendo que o Ministério Público Eleitoral, após pedido do PDT, manifestou-se a favor da perda dos direitos políticos por oito anos.
Segundo o PDT, durante uma reunião com cerca de 40 embaixadores estrangeiros, no dia 18 de julho de 2022, "o então presidente da República e candidato à reeleição questionou -- sem quaisquer provas e utilizando argumentos falsos, distorcidos e já refutados pelo TSE -- a lisura do processo eleitoral brasileiro", lê-se na mesma nota.
Neste discurso aos embaixadores, em plena campanha eleitoral, Bolsonaro insistiu que as eleições de 2018, que venceu na segunda volta, "não foram totalmente transparentes" e também citou supostas irregularidades ocorridas em 2014, quando a então Presidente Dilma Rousseff foi reeleita.
Além dos processos que enfrenta no TSE, o capitão reformado do exército, que regressou ao Brasil no final de março vindo dos Estados Unidos, está a ser investigado numa dezena de processos nos tribunais comuns e noutros cinco no Supremo Tribunal Federal.
Um deles investiga o assalto de milhares de apoiantes de Bolsonaro às sedes dos três poderes, em Brasília, a 08 de janeiro, alegadamente com a intenção de forçar um golpe de Estado contra o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Também o Congresso brasileiro criou uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investigará a tentativa de golpe de Estado e os atos de vandalismo promovidos por apoiantes de Bolsonaro em 08 de janeiro.
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