A "denúncia" pelas crias ocorreu em 23 de março, quando um passageiro que vinha de Nicarágua efetuava o transbordo para regressar a Taiwan, de acordo com uma queixa apresentada no tribunal distrital dos EUA, noticia agora a Associated Press (AP).
Os agentes pararam o passageiro num posto de controlo, perguntaram-lhe sobre o som que vinha da sua mala, que apresentava um "sofisticado" sistema de controlo de temperatura.
Na queixa registada, o suspeito disse às autoridades que levava 29 ovos e que não tinha documentação para transportar as aves.
Detido em cinco de maio, o suspeito declarou-se culpado das acusações de contrabando de aves para os Estados Unidos, podendo enfrentar 20 anos de prisão na leitura da sentença, marcada para 1 de agosto.
Na deteção da situação, oito das aves já tinham eclodido ou estavam a eclodir.
As agora 24 crias contam nove semanas de idade e estão a ser criados pela Rare Species Conservatory Foundation, numa logística que envolve cinco alimentações manuais diárias numa sala com grandes gaiolas.
Com quase todas as penas, começaram a transição de uma fórmula especial para uma dieta diária de pellets de comida e fruta.
O tráfico de animais e plantas a partir da América Central está bem estabelecida há vários anos e é uma das maiores ameaças para os papagaios, a par da perda de habitat.
A BirdLife International classifica o papagaio-do-mar-amarelo como "criticamente em perigo", com uma população selvagem entre 1.000 e 2.500, enquanto o papagaio-de-peito-roxo também está listado como tendo uma população em declínio.
"A grande maioria destes casos de tráfico termina em tragédia", disse o presidente da fundação que está a acolher os animais e professor na Universidade Internacional da Florida, Paul Reillo.
"O facto de as crias terem eclodido no primeiro dia da sua viagem de Manágua para Miami diz-nos que seria extremamente improvável que alguma delas tivesse sobrevivido se tivesse realmente chegado ao seu destino em Taiwan. Isso teria sido mais 24 a 36 horas", acrescentou o especialista.
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