O chefe de Estado interveio no debate aberto de alto nível do Conselho de Segurança intitulado "Garantir a Segurança e a Dignidade dos Civis em Conflito: abordar a insegurança alimentar e proteger os serviços essenciais".
"A fase conclusiva do desarmamento, desmobilização e reintegração poderá ter o seu desfecho no próximo mês de junho com o encerramento da última base da Renamo", disse, referindo-se à Resistência Nacional Moçambicana, principal partido da oposição.
"Por isso enaltecemos a Renamo e sua liderança", acrescentou, agradecendo ao mesmo tempo ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e "ao seu enviado que tem dado muito apoio".
"Apoio que vai ser necessário agora, porque estamos a passar para a fase das pensões", realçou.
Filipe Nyusi explicou ao Conselho de Segurança -- onde Moçambique ocupa o lugar de membro não-permanente -- que o Governo "decidiu pagar pensões mesmo a quem não tenha descontado" como forma de "criar sustentabilidade da paz em Moçambique":
"Como esse processo é novo, precisamos que a equipa que está a trabalhar neste processo se mantenha" durante mais "algum tempo" para "assegurar a sua implementação", concluiu.
Nyusi e o líder da Renamo, Ossufo Momade, anunciaram há uma semana "que estão criadas condições para a conclusão do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR)", no âmbito do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado em 06 de agosto de 2019.
No âmbito do acordo, do total de 5.221 elementos a abranger, cerca de 4.700 (90%) já entregaram as armas, sendo que alguns foram incorporados nas forças de defesa e segurança moçambicanas.
A última base da Renamo está instalada na serra da Gorongosa, centro do país, onde o braço armado do partido sempre manteve o coração das suas operações.
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