Líbia. Governo paralelo do "homem forte" suspende primeiro-ministro

O parlamento líbio com sede no leste do país, que nomeou Fathi Bashaga como primeiro-ministro em fevereiro de 2022 paralelamente ao Governo de Unidade Nacional (GNU) em Trípoli, retirou-lhe hoje a confiança e colocou-o sob investigação.

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Lusa
16/05/2023 16:38 ‧ 16/05/2023 por Lusa

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Segundo um porta-voz do Parlamento líbio instalado em Tobruk, os deputados nomearam Osama Hammad, atual ministro das Finanças do Governo paralelo, como novo chefe de Governo para fazer face ao poder de Abdel Hamid Dbeiba na capital, que mantém o país dividido em duas administrações.

"A Câmara dos Representantes, que rejeitou a confiança de Dbeiba (GUN) sem nos consultar e designou Bashaga de forma pouco transparente, retira-lhe agora, de forma suspeita, a confiança?", interrogou-se o presidente do Conselho Superior de Estado (Senado), Khaled al-Mashri, que está instalado em Tripoli.

"O Parlamento deve parar de perder tempo e chegar a acordo connosco sobre um roteiro que permita a formação de um mini-governo para liderar o país até às eleições", propôs al-Mashri, referindo-se ao chamado "comité misto 6+6" que foi entretanto formado.

Esta comissão está atualmente a debater as leis eleitorais que deverão permitir a realização de eleições ainda este ano, o que os dois líderes dizem apoiar, embora o processo de transição tenha sido repetidamente bloqueado.

O parlamento, sediado na parte oriental da Líbia controlado pelo marechal Khalifa Haftar, foi eleito pela última vez em 2014 e, desde então, tem sido presidido por Aguila Saleh.

Em fevereiro de 2022, Haftar nomeou Bashagha, antigo ministro do Interior e piloto da Força Aérea, primeiro-ministro ao lado de Abdul Hamid Dbeiba, o último executivo de transição consensual que deveria ter realizado eleições em dezembro de 2021, que foram adiadas indefinidamente.

A suspensão das eleições levou a Assembleia a considerar que o mandato de Dbeiba tinha expirado, mas este recusou-se a abandonar o poder, pelo que existem atualmente duas administrações que partilham o controlo da parte ocidental e oriental do país.

Dbeiba continuou a representar a Líbia nas visitas oficiais e nas reuniões internacionais, enquanto Bashaga, que parecia ter algum apoio no início da sua nomeação e tentou, sem sucesso, assumir o controlo de Tripoli, foi perdendo visibilidade.

No final de fevereiro, o representante especial da ONU na Líbia, Abdoulaye Bathily, apresentou uma iniciativa com o objetivo de levar o país dividido às urnas antes do final de 2023.

Ambos os parlamentos chegaram a acordo sobre a criação de uma comissão conjunta para redigir a lei eleitoral para a votação, mas os progressos têm sido praticamente inexistentes.

Leia Também: Seis líbios enfrentam possível pena de morte após tornarem-se cristãos

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