Mais de 18 mil refugiados regressam a casa no Níger após violência

Mais de 18.000 pessoas que vivem sobretudo em ilhas no rio Níger, em Tillabéri, oeste do Níger, começaram a regressar a casa depois de fugirem da violência recente, relacionada parcialmente com confrontos intercomunitários, anunciaram hoje fontes oficiais.

Notícia

© Reuters

Lusa
15/05/2023 18:02 ‧ 15/05/2023 por Lusa

Mundo

Níger

"Alguns já partiram por conta própria há dois dias" e uma operação de regresso voluntário foi lançada "hoje de manhã pelo governo", disse Moussa Douma, presidente da câmara de Ayorou, cidade a 200 quilómetros de Niamey onde milhares de mulheres e crianças procuraram refúgio.

Previamente aos regressos, "as forças armadas foram colocadas" nas ilhas "para garantir a segurança", afirmou.

No total, 18.775 pessoas deslocadas, das quais 13.400 em Ayorou e 5.375 em Dessa, são afetadas por este regresso, segundo os dados oficiais.

Para regressar, utilizam as suas canoas motorizadas, nas quais tinham fugido da violência, por vezes associada a ataques de presumíveis extremistas islâmicos.

O governo e os seus parceiros forneceram-lhes combustível, alimentos e abrigo, segundo Moussa Douma.

"Houve uma crise e esta situação levou à partida de várias pessoas das suas localidades para locais mais seguros", recordou o ministro do Interior do Níger, Hamadou Adamou Souley, que visitou Ayorou, no domingo, na televisão pública.

O governante assegurou que "a calma e a paz regressaram", na que foi a primeira reação pública do governo após os confrontos, cujo desfecho é ainda desconhecido.

Um político local referiu "pelo menos uma dezena de mortos".

De acordo com fontes locais, "violentos confrontos" entre os Djerma sedentários e os pastores nómadas Fulani em aldeias e lugarejos ao longo do rio Níger, no final de abril e início deste mês, causaram "vários mortos e feridos" e "muitos deslocados".

A violência foi registada principalmente nas zonas administradas pelas comunas de Dessa, Kandadji e Ayorou, disseram as fontes.

Um jornalista local explicou que os confrontos se seguiram a "vários assassínios" de aldeões por alegados combatentes extremistas islâmicos que também roubaram gado e "exigiram o pagamento de impostos".

A região de Tillabéri situa-se na zona das chamadas "três fronteiras" entre o Níger, o Burkina Faso e o Mali e nela vivem vários grupos étnicos - Djerma, Peul, Tuareg e Hausa.

O Níger lançou várias operações em grande escala contra os fundamentalistas islâmicos, recentemente apoiadas por soldados franceses na região.

Leia Também: Conhecido músico nigeriano Seun Kuti detido por agressão a polícia

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas