O Governo federal do Paquistão "autoriza o envio de tropas e recursos do exército do Paquistão para manter a situação de ordem pública em toda a província de Punjab em auxílio do poder civil", segundo a ordem determinada pelo executivo paquistanês.
O texto refere que "o exército vai trabalhar em conjunto com a administração distrital para restabelecer a lei, a ordem e a paz", embora não especifique o número de efetivos que serão enviados para a região.
A província de Punjab, da qual Lahore é a capital, tem registado violentas manifestações desde a detenção de Imran Khan, que aconteceu na terça-feira num tribunal em Islamabad.
Segundo a polícia local, num balanço divulgado pelos meios de comunicação paquistaneses, foram registadas 945 detenções na província de Pujab e mais de 130 polícias ficaram feridos desde o início dos protestos.
As pessoas foram detidas por suposto envolvimento em atos de vandalismo, violência e ataques a sedes oficiais em toda a província, que provocaram danos a 25 viaturas da polícia e 14 prédios governamentais, segundo um porta-voz da polícia.
Mais de 1.000 pessoas foram detidas em todo o país na sequência dos protestos.
De acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), pelo menos uma pessoa foi morta na cidade de Quetta, no sudoeste, e dezenas ficaram feridas em várias partes do país.
Os serviços de Internet móvel em todo o país vão continuar suspensos por tempo indeterminado e várias localidades têm registado problemas de acesso às redes sociais mais populares, como é o caso do Twitter, Facebook e YouTube.
Medidas excecionais foram impostas na capital e na província de Punjab, permitindo que as autoridades proíbam atividades que alegadamente representem uma ameaça à segurança.
Imran Khan tem sido implicado em vários casos de corrupção, mas o político tem evitado audiências e comparências ao tribunal, alegando problemas de saúde e falta de segurança, depois de ter sofrido ferimentos de bala em ambas as pernas numa tentativa de assassínio em novembro passado.
O antigo primeiro-ministro foi destituído do cargo em abril de 2022 após uma moção de censura, que Khan atribuiu a uma iniciativa dos Estados Unidos para o afastar do poder, embora mais tarde tenha afirmado que foi o antigo chefe do exército paquistanês, Qamar Bajwa, que conspirou com a oposição para o destituir.
Imran Khan fez campanha contra o Governo do seu sucessor, o primeiro-ministro Shahbaz Sharif, exigindo eleições antecipadas no país.
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