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Japão. PM manifesta empatia com sul-coreanos vítimas do seu colonialismo

O primeiro-ministro japonês manifestou hoje a sua empatia pelo sofrimento dos trabalhadores forçados coreanos durante o domínio colonial do Japão, durante um encontro com o Presidente sul-coreano, tendo os dois reafirmado a determinação em ultrapassar diferendos históricos das relações bilaterais.

Japão. PM manifesta empatia com sul-coreanos vítimas do seu colonialismo
Notícias ao Minuto

14:11 - 07/05/23 por Lusa

Mundo Japão

Neste segundo encontro, em dois meses, entre o primeiro-ministro Fumio Kishida e o Presidente Yoon Suk Yeol, os dois países reiteraram ainda o desejo de reforçar a cooperação face a desafios comuns, como o programa nuclear da Coreia do Norte.

Yoon foi alvo de críticas internas por ter feito concessões a Tóquio sem receber em troca medidas correspondentes.

A declaração de Kishida, que evitou um novo pedido de desculpas direto pela colonização, mas que não deixou de se solidarizar com as vítimas coreanas, sugere que sentiu a pressão de ter de dizer alguma coisa para manter a dinâmica de melhoria das relações.

"Pessoalmente, sinto uma forte dor no coração ao pensar nas dificuldades extremas e na tristeza que muitas pessoas tiveram de sofrer num ambiente severo naquela época", disse Kishida numa conferência de imprensa conjunta com Yoon, referindo-se ao domínio colonial do Japão na península Coreana entre 1910 e 1945.

Kishida chegou hoje à Coreia do Sul para uma visita de dois dias, que retribui a viagem de Yoon a Tóquio em meados de março e marca a primeira troca de visitas entre os líderes dos vizinhos asiáticos em 12 anos.

As cimeiras consecutivas destinavam-se, em grande parte, a resolver as amargas disputas entre os dois países causadas pelas decisões judiciais de 2018 na Coreia do Sul que ordenaram a duas empresas japonesas que compensassem financeiramente alguns dos seus antigos funcionários coreanos idosos pelo trabalho forçado da era colonial.

O Japão recusou-se a cumprir os veredictos, argumentando que todas as questões de indemnização já estavam resolvidas quando os dois países normalizaram os laços em 1965.

"Japão e Coreia do Sul partilham uma história e um desenvolvimento diversos e creio que é minha responsabilidade, enquanto primeiro-ministro do Japão, cooperar com o Presidente Yoon e com a Coreia do Sul, dando seguimento aos esforços dos nossos antecessores que também ultrapassaram os tempos difíceis", afirmou hoje Kishida na conferência de imprensa.

As disputas levaram a que o estatuto comercial dos dois países fosse reduzido e que o anterior governo liberal de Seul ameaçasse suspender um pacto de partilha de informações militares.

A tensão entre a Coreia do Sul e o Japão complicaram os esforços dos EUA no sentido de construir uma aliança regional mais forte para fazer face à crescente influência chinesa e às ameaças nucleares norte-coreanas.

No entanto, em março, o governo conservador de Yoon deu um passo importante no sentido de restabelecer os laços, anunciando que iria utilizar fundos locais para compensar as vítimas de trabalho forçado, sem exigir contribuições das empresas japonesas.

Mais tarde, em março, Yoon deslocou-se a Tóquio para se encontrar com Kishida e os dois concordaram em retomar as visitas de líderes e outras conversações.

Desde então, os respetivos governos tomaram medidas para suspender mútuas retaliações económicas.

Os governos japoneses expressaram inúmeras vezes remorsos ou pedidos de desculpa pelo período colonial. Mas alguns funcionários e políticos japoneses têm ocasionalmente feito comentários que têm sido acusados de branquear as agressões de Tóquio durante a guerra, levando Seul a instar Tóquio a apresentar novas e mais sinceras desculpas.

Antes da cimeira com Yoon, Kishida e a sua mulher, Yuko Kishida, visitaram o cemitério nacional de Seul, onde queimaram incenso e prestaram uma homenagem silenciosa perante um memorial.

No cemitério estão sepultados ou homenageados sobretudo os mortos da guerra da Coreia, mas também os combatentes pela independência da Coreia durante o período de domínio japonês.

Kishida foi o primeiro dirigente japonês a visitar o local em 12 anos.

Leia Também: Fumio Kishida quer fazer ponte entre "países do sul" e G7

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