Instituto português perdeu em Macau mais de meio milhar de alunos em 2022
O Instituto Português do Oriente (IPOR) perdeu em Macau mais de meio milhar de alunos em 2022, mas o ensino do português está a ganhar um novo fôlego pós-pandémico, disse à Lusa o diretor da instituição.
© Billy H.C. Kwok/Bloomberg via Getty Images
Mundo Macau
"A redução de alunos em 2022 aconteceu, estou convencido, devido à pandemia [de covid-19]. São sobretudo alunos do interior da China, das zonas fronteiriças com Macau, que estavam constantemente a enfrentar as restrições de mobilidade e acabaram por suspender ou anular as inscrições", explicou à Lusa Joaquim Ramos Coelho.
Em 2021, o IPOR contava com 4.140 formandos, mas no final de 2022 o número desceu para os 3.458, precisou. Isto apesar da aposta no ensino 'online' e em cursos para fins específicos em áreas como turismo, economia, hotelaria.
Após o fim das restrições pandémicas, num território que tinha seguido a política de 'zero casos' imposta por Pequim, há um novo fôlego em Macau e na China continental, mas também em outros países asiáticos, ressalvou.
"Agora retomámos com bastante força" e "a retomar, reforçando, muitas coisas ao mesmo tempo", através do "aprofundamento de vários projetos planeados em 2019", afirmou o diretor do IPOR, fundado em 1989 pela Fundação Oriente e pelo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, e que exerce a sua atividade, além de Macau, em países como o Vietname, Tailândia, Índia e Austrália.
Joaquim Ramos Coelho destacou, tanto na formação de professores como de alunos, o reforço de ações na Austrália e na ligação com universidades na Indonésia, Vietname e na China continental, onde se continua a apostar na presença em Pequim, mas também no centro de línguas na cidade chinesa de Chengdu, onde se está "a colaborar na formação na língua portuguesa de médicos e pessoal de saúde que saem depois em ações de cooperação para os países lusófonos".
Esta é a forma, salientou, de se responder ao compromisso estabelecido pelos presidentes português e chinês de se aprofundar o conhecimento da língua entre os dois povos, que se traduz nas ações do IPOR, com o apoio do Instituto Camões, e, de forma recíproca no estabelecimento de vários Instituto Confúcio em Portugal.
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