Um tribunal de Moscovo aceitou o pedido do Ministério da Justiça contra a organização, que em 2016 tinha já sido incluída na lista de "agentes estrangeiros" por receber financiamento externo.
A Sova não aceitou a decisão e os seus advogados indicaram que vão recorrer junto das respetivas instâncias, informou a agência noticiosa Interfax.
"Enquanto não entrar em vigor a decisão sobre a nossa liquidação, a Sova continuará a trabalhar", assinalou a organização em comunicado.
À semelhança do que sucedeu em janeiro com o Grupo de Helsínquia, a ONG mais antiga da Rússia, o Ministério da Justiça argumentou que a Sova não atua apenas em Moscovo, local onde está registada, mas que esteve envolvida nos últimos três anos em 24 ações fora da capital russa.
O seu fundador, Alexandr Verjovski, foi membro do conselho de direitos humanos associado ao Kremlin, de onde nos últimos anos foram excluídos os principais ativistas do país.
A Sova acompanhou durante muitos anos casos de violência por motivos de raça, etnia, ideologia, crença religiosa ou orientação sexual. Também se dedica a estudar a aplicação da legislação contra o extremismo, os casos de antissemitismo e a função da religião na sociedade russa.
O Presidente russo, Vladimir Putin, reconhece a existência de ultranacionalistas no país, apesar de insistir que esses radicais não estão no poder - ao contrário, afirma, da Ucrânia.
A oposição russa tem acusado o Kremlin de desencadear nos últimos anos uma brutal campanha de repressão contra a sociedade civil que inclui a dissolução das suas principais organizações, incluindo a Memorial, galardoada com o Nobel da paz, o Centro Sakharov e o Grupo Helsínquia da Moscovo.
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