O chefe de Estado falava durante a abertura da 9.ª Conferência e Exposição de Mineração e Energia (MMEC), que junta empresas nacionais e internacionais do setor na capital moçambicana.
Nyusi enfatizou que Moçambique e outros países africanos são detentores de gás natural à altura de contribuir para a transição energética, mas "enfrentam o dilema de financiamento, não por falta de viabilidade, mas porque alguns países e instituições financeiras não se predispõem a financiar projetos que usam combustíveis fósseis".
Essa posição radical, prosseguiu, é contraproducente, uma vez que o gás natural é menos poluente, entre os combustíveis fósseis.
Filipe Nyusi destacou a importância de gás natural na produção de energia elétrica no país, assinalando que a dependência em relação a centrais hidroelétricas poderá reduzir-se, devido à incerteza em relação ao fornecimento de água em quantidade.
Nyusi avançou que Moçambique e África dispõem de outros recursos naturais importantes para a transição energética, como grafite, cobalto e lítio, usados na indústria eletrónica e de baterias.
Apontou o início da exportação, este ano, de grafite produzida numa mina moçambicana no distrito de Balama, norte de Moçambique, para a indústria norte-americana de carros elétricos, como prova da importância estratégica que o setor mineiro assume na atualidade, no mundo.
O chefe de Estado moçambicano defendeu a criação de uma indústria local no setor extrativo, visando garantir aos países africanos a exportação de produtos acabados e a arrecadação de mais-valias e divisas.
"Na corrida para a descarbonização, no continente africano, de norte a sul, as reservas de minérios estratégicos são significativas", frisou.
Leia Também: PR e líder da oposição abrem recenseamento eleitoral em Moçambique