A ativista indígena de 38 anos conseguiu convencer a multinacional Anglo American, que atua no ramo da mineração, a abandonar 27 projetos de exploração de cobre no estado do Pará, no norte da Amazónia, apesar de terem sido aprovados pelas autoridades brasileiras.
"Fizemos campanha, enviámos-lhes cartas em mão (...) para que compreendessem que não íamos aceitar empresas mineiras no nosso território", explicou a jovem, em entrevista à agência France-Press por videoconferência a partir dos Estados Unidos.
A retirada dos projetos, em maio de 2021, após uma luta de vários meses, foi vista como uma grande vitória para os povos indígenas do Brasil.
"Estamos a defender o nosso território com unhas e dentes", insistiu.
As terras ancestrais do povo Munduruku abrigam 160.000 hectares de floresta tropical.
"O sucesso da campanha de Alessandra representa uma mudança significativa na consciência do setor privado sobre a destruição causada pela exploração mineira no Brasil", declarou em comunicado a Fundação Goldman, que entregará os prémios aos vencedores hoje à noite em São Francisco, nos Estados Unidos.
Pouco depois da retirada da Anglo American, o gigante mineiro Vale seguiu o exemplo, anunciando a retirada de todos os projetos para os quais tinha recebido licenças em terras indígenas no Brasil.
"Percebi que se ficasse em casa sozinha, ninguém ouviria a minha voz", disse a ativista.
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