"Espanha prevê organizar uma conferência ministerial sobre os Balcãs", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), José Manuel Albares, em Skopje, numa conferência de imprensa com o homólogo da Macedónia do Norte, Bujar Osmani.

Albares disse que durante a presidência semestral espanhola o Governo de Madrid pretende reforçar a cooperação com a região dos Balcãs e reiterou o apoio à adesão de países como a Macedónia do Norte à União Europeia (UE).

A Macedónia do Norte tem o estatuto de candidato a entrar na UE há 17 anos, mas só em julho de 2022 a Comissão Europeia abriu formalmente a primeira fase das negociações de adesão.

O MNE espanhol terminou hoje uma ronda por países dos designados Balcãs Ocidentais, para preparar a presidência do Conselho da UE, no segundo semestre, que o levou também à Sérvia, Bósnia-Herzegovina e Albânia.

Em declarações à agência de notícias EFE, posteriores à conferência de imprensa em Skopje, José Manuel Albares disse que há em todos estes países "um enorme desejo de caminhar na senda da Europa, de mão dada com a Europa e de um dia fazerem parte da família europeia".

Albares lembrou que todos os países que visitou apoiaram a resolução das Nações Unidas "de condenação da agressão ilegal da Rússia à Ucrânia" e que, com exceção da Sérvia, também apoiaram as sanções da UE a Moscovo.

"Todos estão de acordo em que a paz tem de regressar à Europa", disse o ministro, que, questionado sobre se teme uma expansão da influência russa na região dos Balcãs, respondeu que "a esperança e o olhar" destes países "é para a Europa e para nenhum outro lugar".

Albares defendeu ser necessário, porém, responder às expectativas destes países em relação à Europa, "para não criar uma frustração desnecessária".

O ministro garantiu ainda que a proposta de uma reunião ministerial entre a UE e os Balcãs Ocidentais no segundo semestre do ano foi muito bem recebida por todos os interlocutores com quem se reuniu nesta ronda de visitas.

Espanha já tinha dito que os processos de adesão destes países à UE, a que quer dar um impulso, estaria na agenda da presidência do Conselho da União Europeia que vai assumir em 01 de julho e, no ano passado, o próprio primeiro-ministro, Pedro Sánchez, fez também um périplo pelos Balcãs Ocidentais.

Pedro Sánchez esteve também na Sérvia, Montenegro, Bósnia-Herzegovina, Macedónia do Norte e Albânia, aos quais manifestou publicamente apoio às pretensões de adesão à UE.

Em julho do ano passado, os líderes da UE e dos Balcãs Ocidentais reuniram-se em Bruxelas, com a questão da adesão destes países ao bloco europeu na agenda.

Os países dos Balcãs questionam o aparente bloqueio às suas aspirações de fazer parte da UE - que em alguns casos remontam há 20 anos - perante a rapidez com que foram aceites as candidaturas da Ucrânia e da Moldova em 2022.

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