Um hipopótamo, descendente de animais trazidos ilegalmente para a Colômbia pelo falecido traficante de droga da colombiano Pablo Escobar, morreu numa colisão com um SUV numa autoestrada de Bogotá a Medellín, anunciaram, esta quarta-feira, as autoridades ambientais.
De acordo com a Associated Press, o acidente aconteceu na terça-feira e refletiu o perigo adicional que os hipopótamos, que chegam a pesar duas toneladas, podem representar para os automobilistas.
Os ocupantes do veículo ficaram ilesos no acidente mas o hipopótamo morreu imediatamente a seguir à pancada e foi removido para ser analisado, segundo as autoridades.
Os hipopótamos, que se espalharam da propriedade de Pablo Escobar para rios próximos e agora são mais de 100, não têm predadores naturais na Colômbia e foram declarados uma espécie invasora que poderia perturbar o ecossistema.
"Este é um dos perigos que a presença desta espécie representa", referiu David Echeverri López, um biólogo da Cornare, a autoridade ambiental local, acrescentando que "muitos deles atravessam a autoestrada por onde passam muitos veículos, sendo também um perigo para as pessoas".
Na ótica do biólogo, "os hipopótamos são imprevisíveis e a qualquer momento podem atacar uma pessoa", sublinhou ainda.
Um grupo de hipopótamos foi trazido nos anos 80 para a Hacienda Nápoles, o jardim zoológico privado de Escobar, que se tornou uma atração turística após a sua morte, em 1993. Os residentes das proximidades de Puerto Triunfo habituaram-se aos hipopótamos, que, por vezes, deambulam livremente pela cidade.
Nativos de África, os hipopótamos foram declarados invasores na Colômbia no ano passado, e as autoridades ambientais dizem que a sua população de cerca de 130 habitantes poderia aumentar para 400 em oito anos.
A maioria dos hipopótamos vive livremente nos rios e reproduzem-se sem controlo. Os cientistas avisaram também que as fezes dos hipopótamos alteram a composição dos rios e podem ter impacto no habitat dos peixes-boi e capivaras.
A Colômbia propôs a transferência de pelo menos 70 dos animais para a Índia e México para controlar a sua população.
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