O canadiano Aiden Pleterski, autodenominado 'Rei das Cripto', foi alegadamente raptado e torturado durante três dias, afirmou o seu pai.

Os supostos raptores terão sequestrado o jovem de 23 anos em dezembro do ano passado, na cidade canadiana de Toronto, mantendo-o privado da sua liberdade durante três dias.

Aos tribunais, o pai de Pleterski disse que terá sido pedido um resgate de três milhões de dólares canadianos (cerca de dois milhões de euros).

O jovem terá sido conduzido durante os três dias por vários pontos da região de Ontário, permitindo-lhe os seus alegados raptores fazer unicamente chamadas telefónicas especificas, sob a sua supervisão.

"Essencialmente, raptaram-no durante aproximadamente três dias, levaram-no para várias partes diferentes do sul de Ontário, espancaram-no, torturaram-no, permitiram que ele fizesse chamadas específicas apenas para pessoas específicas", disse o pai, que não foi identificado, citado pelo canal televisivo CTV News Toronto.

Uma das pessoas a quem o jovem pôde ligar foi ao seu senhorio, a quem pediu o pagamento do resgate. O homem, no entanto, disse não poder ajudá-lo. Uns dias depois, lê-se no relatório dos tribunais, Pleterski foi deixado junto da residência do seu senhorio, sob a condição de que arrecadasse rapidamente o dinheiro pedido. Segundo a CTV, no entanto, o relatório não dá detalhes sobre o que aconteceu a seguir.

Pleterski é visado num escândalo de falência no Canadá, em que é acusado de ter gastado 16 milhões de dólares canadianos (cerca de 11 milhões de euros) dos 40 milhões (cerca de 27 milhões de euros) que lhe tinham sido confiados num suposto negócio de investimento.

Alegadamente, o jovem terá gastado o dinheiro num estilo de vida luxuoso, incluindo aviões particulares, férias e carros de luxo, entre eles um McLaren Senna, avaliado em cerca de um milhão de euros.

O administrador da falência nomeado para o caso, Rob Stelzer, disse à CTV: "Aiden administrava um negócio no qual dizia às pessoas que investiria o dinheiro, e não foi isso que aconteceu. Ele realmente não fez o que disse que faria."

Os pais de Pleterski disseram acreditar que o filho operava um negócio de investimento bem-sucedido, mostram os documentos judiciais.

“Sabia que quando ele estava no ensino médio sentava-se a jogar no computador como qualquer outro adolescente”, disse o pai, em dezembro, admitindo que, num determinado momento, percebeu que o filho estava a trabalhar com criptomoedas.

Rob Stelzer estima que os pais beneficiaram de cerca de 1,1 milhões de dólares canadianos (cerca de 750 mil euros) do negócio do filho. Nas negociações da falência, os pais de Pleterski aceitaram devolver dois veículos.

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