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Cabo Delgado precisa de 15,6 milhões para recuperar abastecimento de água

O Governo moçambicano disse na quarta-feira nas Nações Unidas (ONU) que precisa de 17 milhões de dólares (15,6 milhões de euros) para recuperar a infraestrutura de abastecimento de água destruída pelos ataques terroristas em Cabo Delgado.

Cabo Delgado precisa de 15,6 milhões para recuperar abastecimento de água
Notícias ao Minuto

08:21 - 23/03/23 por Lusa

Mundo Moçambique

Moçambique e Suíça coorganizaram na quarta-feira uma reunião de nível ministerial na ONU para abordar formas de proteger o fornecimento de água a civis durante conflitos armados, com o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos de Moçambique, Carlos Mesquita, a apresentar os projetos em curso no seu país.

"São vários os projetos sociais que estamos a desenvolver em Moçambique com o objetivo de garantir o abastecimento de água nas regiões afetadas pelo conflito. (...) O Governo de Moçambique está empenhado em implementar com sucesso este tipo de projeto, pois reconhece o papel do abastecimento de água para a paz, manutenção e estabilidade social", disse o governante.

Carlos Mesquita apontou os esforços que o Governo moçambicano tem feito para fornecer água potável e centros de acomodação à população afetada pelos ataques terroristas em Cabo Delgado, colocando em destaque um projeto de reconstrução que consiste na recuperação das infraestruturas destruídas.

"Como a água é uma das necessidades básicas da população para retornar e restabelecer as suas vidas, a recuperação da infraestrutura de abastecimento de água é o principal componente do projeto. No entanto, dada a magnitude da destruição e a falta de fundos para a recuperação integral dos sistemas, as intervenções dividem-se em duas fases: a intervenção imediata e as intervenções a médio prazo", explicou.

"A intervenção da fase intermédia está estimada em 17 milhões de dólares, estando o Governo empenhado em contribuir no seu financiamento, mas também em obter fundos do exterior", frisou.

De acordo com o ministro, a experiência moçambicana provou que garantir o abastecimento de água para comunidades afetadas por conflitos armados é um "elemento críticos para promover a paz e a estabilidade".

Esta reunião aconteceu no Dia Mundial da Água e coincidiu com a Conferência da Água da ONU, coorganizada pela Holanda e pelo Tajiquistão e que decorrerá em Nova Iorque até sexta-feira.

Na reunião convocada por Moçambique e Suíça, alguns diplomatas aproveitaram para mencionar o devastador custo humanitário da guerra na Ucrânia, onde os ataques à infraestrutura civil limitaram o acesso à água, ao aquecimento e à eletricidade.

"Para aqueles que vivem em zonas de conflito, ficar sem água ou saneamento pode ter consequências devastadoras. Cada vez mais, vemos o impacto que a insegurança hídrica causada por conflitos tem no deslocamento e na violência de género. Em alguns conflitos, as forças armadas estão danificando a infraestrutura hídrica e controlando o acesso às nascentes", começou por dizer o vice-representante interino dos Estados Unidos junto à ONU, Jeffrey DeLaurentis.

O diplomata deu então o exemplo da Ucrânia, onde as forças russas atacaram a infraestrutura de água e deixaram mais de 11 milhões de ucranianos -- ou um quarto da população do país -- sem acesso confiável a água potável, considerando esses ataques "cruéis".

"O Conselho de Segurança tem um papel crítico a desempenhar quando se trata de lidar com a insegurança hídrica causada por conflitos. Como parte do nosso mandato para manter a paz e a segurança internacionais, devemos fornecer às Operações de Manutenção da Paz e Missões Políticas Especiais as ferramentas necessárias para enfrentar os desafios trazidos pela escassez de água", defendeu.

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