No entanto, o estado de saúde de Cospito, de 55 anos, está a agravar-se quando se aproxima dos cinco meses de greve da fome em protesto contra o regime prisional em que se encontra, chamado 41-bis, e que consiste em 22 horas diárias na solitária, explicou o advogado, Flavio Rossi Albertini.
A cumprir uma pena de 30 anos de prisão por ataques bombistas a um quartel dos Carabineiros (polícia militarizada italiana) e por balear mortalmente um diretor de uma empresa nuclear, Cospito apresentou um recurso judicial para ser libertado e colocado em prisão domiciliária, depois de o Supremo Tribunal de Cassação (a mais alta instância judicial italiana) ter rejeitado o seu pedido para ser retirado do regime 41-bis, normalmente reservado a chefes da máfia.
Outro tribunal se pronunciará na próxima sexta-feira sobre o recurso relativo à prisão domiciliária.
"Pouco antes da minha chegada, Alfredo sofreu dores no peito e tremores numa mão. Alertou os guardas e, dez minutos depois, o médico apareceu a gritar que ele estava a morrer. Viram no monitor cardíaco que havia um problema e imediatamente lhe deram uma injeção de potássio. Ele teve uma crise cardíaca, viu a linha do seu ritmo cardíaco dar um grande salto e depois a situação estabilizou", relatou o advogado de defesa de Cospito.
Acrescentou ainda que o seu cliente fez exames médicos na segunda-feira e "os médicos disseram que ele corre o risco de ficar paralisado para o resto da vida" e que "podem já existir danos irreversíveis".
Anarquistas têm realizado violentos protestos e ataques com fogo posto dentro e fora de Itália, em apoio à batalha de Alfredo Cospito para abolir o regime prisional 41-bis para todos os presos, incluindo os mafiosos.
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