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Turquia aponta que avanços da Suécia para entrada na NATO "ficam aquém"

O Governo da Turquia disse hoje que a Suécia fez "alguns progressos positivos" para que Ancara levante o veto à estrada do país nórdico na NATO, mas sublinhou que os avanços "ficam aquém" na lei antiterrorismo.

Turquia aponta que avanços da Suécia para entrada na NATO "ficam aquém"
Notícias ao Minuto

22:50 - 20/03/23 por Lusa

Mundo NATO

"Alteraram a lei antiterrorismo, o que saudamos, e também fizeram uma emenda à Constituição, o que também saudamos (...). Mas, infelizmente, a lei antiterrorismo fica aquém", apontou o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlüt Cavusoglu.

O chefe da diplomacia turca, que falava no final de um Conselho de Negócios Estrangeiros em Bruxelas, referiu-se especificamente à legislação antiterrorista sueca para evitar que o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que Ancara considera ser uma organização terrorista, "arrecade dinheiro para financiar o terrorismo".

Cavusoglu respondia desta forma às questões dos jornalistas após uma conferência de doadores para as vítimas dos terramotos de fevereiro na Síria e na Turquia, organizada pela Comissão Europeia e pela presidência sueca do Conselho da UE.

Este evento decorreu depois de Ancara ter aprovado a entrada da Finlândia na Aliança Atlântica na sexta-feira, embora tenha mantido o veto à Suécia.

Ancara pretende que se mantenham as negociações diplomáticas entre os dois países.

O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, realçou, numa outra conferência de imprensa no âmbito da conferência de doadores, que a decisão da Turquia não foi uma surpresa e que continua confiante que o seu país possa aderir à NATO em breve.

"Sabíamos que havia uma possibilidade de isso acontecer. A Finlândia e a Suécia queriam ingressar na NATO juntos (...). Não foi uma surpresa. Não era o nosso desejo, respeitamos a decisão da Turquia, mas esperamos ingressar rapidamente", apontou Kristersson.

A Finlândia e a Suécia solicitaram há dez meses a adesão à NATO na sequência da invasão russa da Ucrânia, abandonando décadas de não-alinhamento.

A Turquia e a Hungria são os dois únicos membros da Aliança Atlântica (atualmente 30) que ainda não ratificaram a adesão de Estocolmo e de Helsínquia, que implica uma aprovação por unanimidade.

Um porta-voz governamental explicou na sexta-feira que o Parlamento da Hungria votará sobre a adesão da Finlândia à NATO a 27 de março, enquanto o caso da Suécia será abordado "mais tarde".

Embora o caminho de Helsínquia se mostre aberto e desimpedido, a adesão de Estocolmo tem contado com a resistência da Turquia (cada Estado tem poder de veto), que critica a Suécia por, entre outros aspetos, não extraditar indivíduos acusados de pertencerem a organizações curdas declaradas pelas autoridades turcas como grupos terroristas.

A posição agravou-se depois de se ter registado um incidente diplomático em janeiro, quando um extremista queimou o Alcorão, o livro sagrado do Islão, em Estocolmo, provocando a suspensão das negociações durante várias semanas.

O secretário-geral da NATO afirmou hoje que é importante que Suécia e Finlândia sejam Estados-membros "assim que possível", mas não é objetivo "que se juntem ao mesmo tempo", alterando o discurso sobre esta questão.

Até agora, o secretário-geral da NATO tinha apelado à ratificação dos acordos de adesão em simultâneo, mas face às imposições levantadas por Ancara, Jens Stoltenberg deixou cair esta reivindicação e concentrou-se em avançar com o processo de adesão da Finlândia.

Contudo, o responsável recordou que os dois países já beneficiam de proteção especial dos países da NATO desde que se tornaram candidatos.

Leia Também: Afinal, adesão simultânea de Suécia e Finlândia não é objetivo da NATO

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