A Organização não-governamental (ONG) de direitos humanos manifestou no Twitter a sua preocupação pela "situação instável" na cidade de Lahore, onde reside o ex-dirigente paquistanês, e pediu às autoridades para "manterem a lei e a ordem dentro dos limites daquilo que é legal, necessário e proporcionado em consonância com o direito internacional dos diretos humanos".
Em consequência, a AI apelou às autoridades paquistanesas para "exercerem moderação e garantirem que a sua resposta implicará sempre o respeito pelos padrões internacionais".
Khan encontra-se entrincheirado na sua residência na cidade de Lahore (leste), e rodeado de apoiantes desde o passado dia 05 de março, quando um contingente policial tentou sem êxito proceder à sua detenção.
A tensão no país agravou-se nos últimos dias após as autoridades terem ordenado na tarde de terça-feira o reforço do contingente policial frente à residência do ex-primeiro-ministro para nova tentativa de detenção, que voltou a ser impedida por um grupo de apoiantes.
Os confrontos originaram dezenas de feridos, com a polícia a utilizar gás lacrimogéneo sobre os manifestantes, que responderam arremessando pedras.
O líder da oposição foi acusado de ter ficado na posse de objetos recebidos no período em que chefiou o Governo (2018-2022) e sem os entregar a um depósito governamental onde estão depositados as ofertas de funcionários estrangeiros.
A acusação também indica que no caso de se pretender conservar as oferendas, deverá ser pago previamente 50% do seu valor estimado.
Khan também foi envolvido em outros casos e nos últimos meses não compareceu a diversas audiências ao alegar problemas de saúde após ter sido ferido a tiro nas duas pernas em novembro passado numa tentativa de assassinato.
A recusa em comparecer perante os tribunais implicou a emissão de uma ordem de detenção, à qual os advogados de Khan recorreram na terça-feira.
Khan foi destituído do seu cargo em abril passado após uma moção de censura que o ex-governante atribuiu a uma intromissão dos Estados Unidos para o expulsar do poder, tendo posteriormente referido que a conspiração foi urdida pelo ex-chefe das Forças Armadas do Paquistão, Qamar Bajwa, em conluio com a oposição.
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