O futuro da Ucrânia depende do resultado das batalhas em pontos-chave no leste do país, afirmou esta segunda-feira o presidente Volodymyr Zelensky.
"Muito duro no leste - muito doloroso. Temos de destruir o poder militar do inimigo - e vamos fazê-lo. Bilohorivka e Marinka, Avdiivka e Bakhmut, Vuhledar e Kamyanka - e todos os outros lugares onde agora está a ser decidido qual será o nosso futuro, onde se luta pelo futuro de todos os ucranianos", afirmou o líder ucraniano no seu discurso habitual noturno.
O presidente Zelensky destacou ainda que o governo ucraniano está a trabalhar para aplicar "novas sanções contra a Rússia".
"No outro dia, o Canadá deu um passo significativo ao ampliar as sanções às importações de alumínio e aço russos. Agradeço ao Canadá por esta decisão - por este sinal para a comunidade internacional", agradeceu Zelensky, salientando que é importante "não apenas limitar a capacidade do estado terrorista de contornar as sanções existentes", mas "introduzir novas" para que Moscovo não consiga "adaptar-se à pressão global".
"Quanto menor a capacidade russa de se adaptar às sanções, mais cedo poderemos restaurar a integridade territorial do nosso estado e restaurar a paz na Ucrânia", salientou.
O líder ucraniano também se referiu à questão da desminagem e da agricultura, temas que discutiu com especialistas durante o dia de hoje.
"Até agora, mais de 170 mil quilómetros quadrados do nosso território permanecem perigosos devido a minas inimigas e mísseis não detonados. Uma parte significativa deste território é a terra dos nossos agricultores, a terra que foi cultivada", disse ainda, referindo que "os esforços heróicos dos agricultores e de todos os trabalhadores do setor agrícola tornaram possível preservar a produção agrícola ucraniana e o papel global da Ucrânia como responsável pela segurança alimentar".
O presidente ucraniano também declarou que a situação energética do país "foi normalizada", depois de a infraestrutura de energia ter sido atingida várias vezes por ataques russos.
"Estamos a atender as necessidades energéticas dos ucranianos em todo o território livre do estado, de acordo com as capacidades de geração. Continuamos a preparar-nos para a próxima temporada de aquecimento, tanto em termos de acumulação de recursos quanto à proteção das nossas instalações de energia", disse ainda.
Por fim, como sempre, reiterou todo o seu agradecimento a todos os heróis que estão na linha da frente de combate, principalmente os que estão em Bakhmut, uma das regiões mais fustigadas neste momento.
De recordar que a ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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