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Indígenas denunciam ouro ilegal com estatueta alternativo do Óscar

Os indígenas brasileiros Yanomami anunciaram que vão apresentar aos vencedores do Óscar uma estatueta alternativa no domingo, como símbolo da luta contra a extração ilegal de ouro na Amazónia.

Indígenas denunciam ouro ilegal com estatueta alternativo do Óscar
Notícias ao Minuto

08:18 - 11/03/23 por Lusa

Mundo Indígenas

A associação Yanomami Urihi disse que vai presentear aos vencedores do maior prémio de cinema - feito de bronze sólido e coberto com ouro de 24 quilates - uma figura de Omama, o deus da comunidade, feita sem metal.

"Na vossa cultura, o ouro é sinónimo de êxito. Para o meu povo, para a selva e para as criaturas que permanecem na Amazónia, significa morte e destruição", disse o chefe da associação Yanomami Urihi, Junior Hekurari Yanomami, num vídeo divulgado na sexta-feira pela agência de publicidade DM9 e enviado para cerca de 20 nomeados ao Oscar.

Os nomeados incluem Austin Butler, Brendan Fraser, Ana de Armas e Cate Blanchett.

A mineração ilegal causou uma crise humanitária nesta comunidade de 30.400 habitantes, localizada numa reserva de 96 mil quilómetros quadrados entre os estados de Roraima e Amazonas, no norte do Brasil.

O vídeo faz parte da campanha "Custo do Ouro", que visa utilizar os holofotes de Hollywood para aumentar a sensibilização para o problema à escala global.

"O ouro é extraído com mercúrio e cada vez mais litros são despejados nos nossos rios, matando os nossos animais, as nossas florestas e o nosso povo", advertiu Junior Hekurari.

"Têm a oportunidade de se erguer perante milhões de pessoas e apelar ao mundo para que acabe com o ouro ilegal", acrescentou, dirigindo-se diretamente aos atores.

Em 2021, cerca de 54% do ouro comercializado no Brasil mostrou sinais de origem ilegal, de acordo com a Associação Yanomami.

A extração ilegal aumentou particularmente durante o mandato do ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro (2019-2022), defensor da abertura de terras indígenas a esta atividade.

Além disso, a desflorestação média anual aumentou em 59,5% nos últimos quatro anos.

No final de janeiro, o atual Governo de Luiz Inácio Lula da Silva declarou o estado de emergência sanitária nas terras Yanomami, devido às graves condições de desnutrição e doenças que atingem grande parte deste povo.

A crise humanitária tem como causa, em parte, os produtos tóxicos utilizados pelos mineiros, como o mercúrio.

Lula da Silva autorizou também uma operação conjunta das forças armadas e outras instituições para expulsar os invasores do território limítrofe da Venezuela.

Entretanto, a presidência brasileira anunciou, na sexta-feira, que Lula da Silva vai participar, na segunda-feira, da 52.ª Assembleia Geral do Povos Indígenas, em Roraima, juntamente com cerca de duas mil lideranças de Roraima, incluindo representantes dos povos Yanomami, Wai Wai, Yekuana, Wapichana, Macuxi, Sapará, Ingaricó, Taurepang e Patamona.

Este encontro pretende "aprofundar as discussões sobre a proteção de terras, a gestão de recursos naturais e a agenda do movimento indígena para 2023", indicou a presidência brasileira.

Leia Também: Brasil realizou mais de cinco mil atendimentos médicos ao povo yanomami

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