A estação norte-americana CNN divulgou hoje que os Estados Unidos estão convictos de que a Rússia tem enviado para o Irão armas e equipamentos fornecidos à Ucrânia pela NATO e pelos EUA, que ficaram para trás no campo de batalha.
A reportagem, que cita fontes ligadas ao processo, refere que, em muitos casos, o equipamento foi enviado para o Irão para desmontagem e análise, provavelmente para que os militares iranianos possam tentar fazer a sua própria versão das armas.
"Estamos a par desses relatórios e, embora seja algo que continuaremos a monitorizar, não temos mais nada a acrescentar às declarações de Colin Kahl sobre o assunto, no seu recente depoimento perante o Congresso", destacou à agência Efe fonte do Pentágono.
Em 28 de fevereiro, o subsecretário de Defesa, Colin Kahl, compareceu perante o Comité das Forças Armadas da Câmara dos Representantes para defender a ajuda enviada à Ucrânia desde o início da invasão russa, há um ano.
Embora não se tenha referido a nenhum caso específico, Kahl destacou que "se algum destes sistemas foi desviado, foi por russos que capturaram material no campo de batalha".
Segundo a estação CNN, no último ano, oficiais dos EUA, NATO e outros países ocidentais registaram vários casos em que as forças russas apreenderam armas pequenas, como o caso do lançador de mísseis antitanque Javelin e sistemas antiaéreos Stinger, que as forças ucranianas foram por vezes forçadas a deixar para trás no campo de batalha.
As autoridades norte-americanas não acreditam que o problema seja generalizado ou sistemático e os militares ucranianos estão acostumados, desde o início da guerra, a relatar qualquer perda de equipamento fornecido pelos EUA ao Pentágono, adiantaram as fontes à CNN.
A Rússia pode estar a proceder desta forma porque acredita que, ao continuar a fornecer armas ocidentais capturadas ao Irão, incentivará Teerão a manter o seu apoio à guerra da Rússia na Ucrânia, acrescentaram.
A Casa Branca alertou há alguns dias que a cooperação militar entre a Rússia e o Irão aumentou e especificou que Teerão enviou artilharia e munições para tanques ao país invasor, enquanto Moscovo pode ter fornecido aviões de combate à República Islâmica.
Esta informação foi avançada pelo do porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, que acrescentou que desde agosto o Irão forneceu centenas de 'drones' à Rússia, que os tem utilizado para atacar "infraestruturas críticas" na Ucrânia.
A Rússia tem bombardeado regularmente, desde outubro, as principais instalações de energia da Ucrânia com mísseis e 'drones', pelo que milhões de pessoas têm vivido sem luz nem aquecimento.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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