Netanyahu, que vai efetuar uma visita oficial a Itália até sábado, foi transportado num helicóptero da polícia, segundo a imprensa local, citada pela agência espanhola EFE.
Após atrasar a sua partida por uma hora devido aos protestos, Netanyahu reuniu-se no aeroporto com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, que iniciou hoje uma visita a Israel.
As manifestações fazem parte dos protestos nacionais em curso há mais de dois meses contra o plano do Governo para reformar o sistema judicial.
Os opositores dizem que o plano irá minar a independência do poder judicial e a separação de poderes em Israel.
Nos protestos de hoje, os manifestantes tentaram bloquear as entradas do Aeroporto Internacional Ben Gurion de Telavive com carros e cortar as principais estradas que atravessam a cidade.
Os protestos abrangem várias cidades e a polícia destacou 3.000 agentes de reforço adicionais, segundo a EFE.
Dezenas de manifestantes foram detidos, segundo um porta-voz da polícia.
Nos apelos para as manifestações de hoje, os organizadores convocaram "um dia de resistência à ditadura", noticiou a agência norte-americana AP.
"Israel está à beira de se tornar um país autocrático. O atual Governo está a tentar destruir a nossa democracia, e na realidade a destruir o país", disse à AP Savion Or, um manifestante em Telavive.
Netanyahu, que tomou posse em finais de dezembro após um prolongado impasse político, afirma que as medidas visam controlar um tribunal que ultrapassou a sua autoridade.
Os críticos afirmam que a revisão irá perturbar o delicado sistema de controlos e equilíbrios do país e arrastar Israel para o autoritarismo.
Os críticos também dizem que Netanyahu, que está a ser julgado por corrupção, pretende encontrar uma forma de fugir às acusações através da revisão legislativa.
Netanyahu, que negou a prática de atos ilícitos, disse que as alterações ao sistema judicial não têm nada a ver com o seu julgamento.
Numa entrevista ao diário italiano La Repubblica antes da viagem para Roma, Netanyahu disse que os protestos eram a manifestação da vibrante democracia de Israel.
Mas falando aos jornalistas em hebraico antes da descolagem, sugeriu que os manifestantes pretendem destituir o Governo.
"O objetivo aqui é derrubar um Governo que foi eleito democraticamente. Não vamos deixar que ninguém perturbe a democracia israelita", afirmou, citado pela AP.
Na visita a Itália, Netanyahu tem na agenda encontros com a primeira-ministra, Giorgia Meloni, e com membros da comunidade judaica italiana.
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