Líder do grupo Wagner considera "razoáveis" as sanções da UE que o afetam

O fundador do grupo Wagner, Yevgeny Prigojin, classificou esta quarta-feira como "razoáveis" as sanções europeias impostas durante vários meses pelo seu papel na invasão russa da Ucrânia, enquanto as medidas restritivas contra a sua mãe foram anuladas.

Yevgeny Prigozhin

© Mikhail Svetlov/Getty Images

Lusa
09/03/2023 01:00 ‧ 09/03/2023 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"No que diz respeito a contestar as sanções contra mim e as sanções contra [o grupo] Wagner, não vou contestá-las e acredito que neste momento estas são impostas de forma muito razoável", frisou Yevgeny Prigojin, citado pela sua assessoria de imprensa.

Yevgeny Prigojine, próximo do Presidente russo Vladimir Putin, esteve durante muito tempo na sombra, mas ganhou peso significativo na estratégia russa na Ucrânia, com o seu exército, em particular, a marcar presença nos postos avançados da linha de frente, provocando mesmo tensões com a hierarquia militar russa.

O líder do grupo Wagner, de 61 anos, atualmente presente no Donbass ucraniano ao lado dos seus homens envolvidos na dura batalha de Bakhmut, respondeu a uma pergunta sobre o fim, decretado esta quarta-feira pela justiça europeia, das sanções contra a sua mãe.

Tal como o seu filho, Violetta Prigojina foi atingida por uma proibição de entrada na UE e um congelamento de ativos desde fevereiro de 2022.

Segundo o Conselho da UE, Violetta Prigozhina é dona da Concord Management and Consulting LLC, que pertence ao grupo Concord, fundado e detido até 2019 pelo seu filho, sendo igualmente dona de outras empresas com ligações a este último, pelo que "apoiou ações e políticas que comprometem a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia".

No entanto, segundo o acórdão do Tribunal Geral da União Europeia, publicado hoje, ainda que Yevgeniy Prigozhin, líder do grupo Wagner, "seja responsável por ações que comprometeram a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia, a ligação de Violeta Prigozhina com o seu filho, estabelecida no momento da adoção das medidas restritivas, assenta apenas na sua relação de parentesco e não é, portanto, suficiente para justificar a sua inclusão nas listas" de indivíduos e entidades alvo de sanções pela UE.

A visada tinha contestado e pediu ao Tribunal Geral que anulasse os atos na parte em que lhe dizem respeito, tendo o tribunal julgado procedente o seu pedido no acórdão proferido esta quarta-feira, salientando, nomeadamente, que Violetta Prigozhina "já não é proprietária da Concord Management and Consulting desde 2017, ainda que tivesse detido ações da mesma".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.173 civis mortos e 13.620 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Líder do Grupo Wagner reage a anulação de sanções aplicadas... à mãe

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