Os dois chefes de Estado deverão, durante este encontro, tentar encontrar uma solução pacífica para o conflito que o Kremlin desencadeou em fevereiro de 2022 em solo ucraniano, mas não convidaram o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Zelensky tem apelado aos seus aliados europeus, que também foram excluídos das negociações, para que defendam uma abordagem comum e hoje a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, anunciou uma "reunião extraordinária" para segunda-feira.
A reunião será por videoconferência com os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros da UE, e contará também com a presença do homólogo ucraniano, "para discutir os próximos passos", explicou Kaja Kallas citada pela agência de notícias francesa AFP.
"O presidente Trump tem razão ao dizer que a Rússia deve pôr fim à sua guerra contra a Ucrânia. Os Estados Unidos têm o poder de obrigar a Rússia a negociar seriamente", mas "qualquer acordo entre os Estados Unidos e a Rússia deve incluir a Ucrânia e a UE", defendeu a representante da UE.
Kaja Kallas justificou a presença da Ucrânia e da UE por se tratar de "uma questão de segurança para a Ucrânia e para toda a Europa".
As declarações de Kallas corroboram a posição já defendida pelos principais chefes de Estado ou de governo europeus.
O chanceler alemão Friedrich Merz, por exemplo, insistiu que Zelensky estivesse presente na cimeira Trump-Putin, salientando que "em caso algum se pode aceitar que as questões territoriais sejam discutidas, ou mesmo decididas, entre a Rússia e os Estados Unidos sem consultar os europeus e os ucranianos".
"O caminho para a paz na Ucrânia não pode ser traçado sem a Ucrânia", tinham alertado horas antes os líderes francês, alemão, italiano, polaco, britânico e finlandês, bem como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, num comunicado conjunto, no qual exortaram Donald Trump a aumentar a pressão sobre a Rússia.
Também os estados do norte da Europa e os Países Bálticos - Dinamarca, Estónia, Finlândia, Islândia, Letónia, Lituânia, Noruega e Suécia - defenderam que não pode haver "nenhuma decisão sobre a Ucrânia sem a Ucrânia e nenhuma decisão sobre a Europa sem a Europa".
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