Tunísia. Proibida manifestação da oposição marcada para domingo

As autoridades tunisinas proibiram hoje uma manifestação de protesto da Frente de Salvação Nacional (FSN) prevista para domingo, alegando que vários dirigentes daquela que é a principal coligação da oposição são "suspeitos de conspirar contra a segurança do Estado".

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Lusa
02/03/2023 16:52 ‧ 02/03/2023 por Lusa

Mundo

FSN

Num comunicado, o presidente da câmara de Tunes, Kamel Feki, indicou que o pedido "da chamada Frente de Salvação Nacional" para organizar uma marcha no domingo "não foi aprovado porque alguns de seus líderes são suspeitos de conspirar contra a segurança do Estado".

Cerca de duas dezenas de personalidades dos meios político, intelectual e empresarial foram detidas na Tunísia desde o início de fevereiro, prisões que várias organizações não-governamentais nacionais e internacionais têm criticado "fortemente".

As detenções visaram sobretudo importantes figuras políticas da FSN e da principal força política que a integra, o partido islamita e conservador Ennahdha.

A FSN convocou a manifestação de domingo para denunciar as "prisões políticas e as violações das liberdades públicas e individuais".

O presidente da Tunísia, Kais Saied, que assumiu plenos poderes em julho de 2021, após o que demitiu o primeiro-ministro e dissolveu o Parlamento, considera "terroristas" as personalidades da FSN, argumentando que estavam envolvidos na "conspiração contra a segurança do Estado".

A Amnistia Internacional (AI) já qualificou a campanha de detenções como "uma caça às bruxas politicamente motivada", tendo-se registado mais de duas dezenas de prisões desde o início de fevereiro.

O comunicado do presidente da câmara de Tunes não mencionou, no entanto, uma manifestação marcada para sábado pela central sindical União Geral dos Trabalhadores Tunisinos (UGTT), no centro de Tunes, contra "o poder de um homem só" do Presidente Saied.

A UGTT, muito influente no cenário político, mantém um impasse com Saied desde a prisão, a 31 de janeiro passado, de um dirigente sindical, depois de, num discurso, o Presidente tunisino ter denunciado a instrumentalização do direito de greve para fins políticos.

Leia Também: Centenas protestam na Tunísia contra racismo que visa subsarianos

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