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Governo do Peru doa 12 mil euros a familiares de manifestantes mortos

O Governo do Peru vai doar 50.000 soles (12 mil euros) aos familiares de cada um dos manifestantes mortos durante os protestos antigovernamentais iniciados em dezembro, segundo um decreto hoje publicado no diário oficial El Peruano.

Governo do Peru doa 12 mil euros a familiares de manifestantes mortos
Notícias ao Minuto

19:51 - 22/02/23 por Lusa

Mundo Peru

"Autoriza-se o Ministério da Justiça e Direitos Humanos a entregar, por uma única vez, o montante de 50.000 soles, em apoio económico por cada pessoa falecida nas mobilizações indicadas no artigo 1, montante que será distribuído entre os familiares identificados pela Comissão Multisectorial", especifica o decreto publicado na terça-feira e hoje divulgado.

Também por uma única vez serão entregues 25.000 soles (seis mil euros) a cada pessoa ferida com gravidade e identificada pela referida comissão.

O texto especifica que a Comissão Multisectorial vai determinar os critérios "para identificar as pessoas feridas com gravidade que serão beneficiárias do apoio económico", fornecendo um prazo máximo de cinco dias úteis, a partir do dia seguinte à publicação da norma.

O decreto, assinado pela Presidente interina Dina Boluarte, pelo primeiro-ministro Alberto Otárola, e pelos ministros da Justiça e da Economia, respetivamente José Tello e Alex Contreras, abrange os protestos ocorridos entre 08 de dezembro e 10 de fevereiro de 2023.

O texto assegura que "foi identificada a situação de vulnerabilidade socioeconómica em que se encontram as famílias das pessoas falecidas, assim como a comprovação das pessoas feridas com gravidade durante as mobilizações".

O financiamento será assegurado pelo orçamento para 2023 do Ministério da Justiça e Direitos Humanos "sem a necessidade de recursos adicionais ao tesouro público".

As manifestações iniciaram-se em dezembro passado, após uma tentativa fracassada do ex-Presidente Pedro Castillo de dissolver o Congresso, governar por decreto e convocar no imediato eleições para uma assembleia constituinte.

Segundo dados da Procuradoria do Povo, 48 pessoas foram mortas pelas forças militares e policiais durante os protestos, enquanto outras 11 perderam a vida na sequência do bloqueio das estradas. Um polícia também foi morto no interior do seu carro por manifestantes, que incendiaram a viatura.

A crise política que abala o Peru é também reflexo do enorme fosso entre a capital e as províncias pobres que apoiam o ex-presidente Castillo, de origem ameríndia, e que nunca foi aceite no Palácio Presidencial pela elite e a oligarquia da capital, e pelos principais 'media' na posse de abastados empresários.

Na passada quarta-feira, a Amnistia Internacional (AI) denunciou num relatório a "violenta repressão do Estado" peruano contra os protestos antigovernamentais no país e o "uso indiscriminado de armas letais" contra manifestantes, para além de detenções arbitrárias e outras violações dos direitos humanos, incluindo alegadas execuções extrajudiciais.

Leia Também: Cortes de estradas no Peru para protestos concentram-se na região de Puno

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