Mais de quatro dias após o primeiro sismo registado na Turquia e na Síria, na madrugada de segunda-feira, continuam os relatos de pessoas que, apesar de terem ficado nos escombros de edifícios, foram resgatadas com vida.
Ao jornal brasileiro A Folha de S. Paulo, Adriana Andreucci, tenente porta-voz do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP), explicou como é que é possível sobreviver em tais condições e o que fazer no caso de alguém ficar soterrado.
“Quando uma estrutura de concreto, alvenaria, madeira ou qualquer outro tipo de material colapsa, dá-se a formação de vãos livres sob os escombros, como bolsões de ar, que podem ajudar a vítima a sobreviver”, começou por explicar a responsável.
Andreucci acrescentou que estes espaços são “sustentados por partes da edificação”, o que ajuda as pessoas a ficarem “protegidas”, uma vez que permite que o corpo não fique completamente soterrado, “possibilitando uma expansão torácica para uma respiração eficaz”.
A porta-voz sublinhou que o trabalho de resgate após o desabamento de uma estrutura de grandes dimensões é “delicado”, uma vez que “as equipas se deslocam sobre e sob os escombros”. “Quando se localiza uma vítima, todo o procedimento deve ser feito de modo a manter a segurança da cena e a retirada da vítima da maneira mais rápida e confortável para encaminhá-la ao atendimento médico”, explicou ao Folha de S. Paulo.
No caso de alguém ficar soterrado, a pessoa deve “manter-se calma e atenta a qualquer sinal de comunicação que possa estar vindo de fora”, sendo que “há casos em que a vítima conseguiu fazer contacto externo e enviar sua localização usando o telemóvel”.
Mais de 22 mil pessoas morreram em consequência do violento sismo que abalou na segunda-feira o sudeste da Turquia e o norte da Síria. Mais de 19 mil cadáveres foram, até agora, retirados dos escombros na Turquia, e cerca de três mil corpos foram resgatados na Síria.
A tragédia supera os mais de 18.400 que morreram no terramoto de 2011 em Fukushima, no Japão, que provocou um tsunami e as cerca de 18.000 pessoas que morreram num sismo perto da capital turca, Istambul, em 1999.
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