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Socorristas de Monção viajam para Turquia preparados para "novo desafio"

Nove enfermeiros e socorristas de Monção partem hoje de Lisboa para a Turquia para participarem nas operações de busca, salvamento e resgate na sequência dos terramotos que segunda-feira abalaram aquele país e a vizinha Síria.

Socorristas de Monção viajam para Turquia preparados para "novo desafio"
Notícias ao Minuto

11:47 - 10/02/23 por Lusa

Mundo Sismo

Em declarações hoje à agência Lusa, durante a viagem entre Monção, no distrito de Viana do Castelo, e o aeroporto de Lisboa, o coordenador da Subzone -- Search and Rescue Team, Gonçalo Oliveira, disse que a missão que agora vão iniciar representa o "culminar de muitos anos de formação e de participação em simulacros internacionais" realizados nos últimos 10 anos.

"Estamos preparados. Este é um caminho que vamos trilhar sem saber aquilo que esperamos. Contudo, a nossa experiência ao longo dos anos em simulacros internacionais e o conhecimento das equipas que estão no terreno, porque participámos nos simulacros com elas, vão permitir que a nossa atividade seja um sucesso", garantiu Gonçalo Oliveira.

A equipa, constituída por uma mulher e oito homens, com idades entre os 27 e os 57 anos, já participou em operações de busca, salvamento e resgate, mas a missão "na fronteira entre a Turquia e a Síria, abalada pelos terramotos de segunda-feira, é "a primeira desta dimensão", sendo encarada como "um novo desafio".

"É um desafio que nos traz algumas preocupações relativamente ao que vamos encontrar. No entanto, o grupo está muito coeso, muito unido e, certamente, vai prestar um bom serviço à comunidade turca, um grande apoio às vítimas, quer em termos operacionais, na busca, salvamento e resgate, como também em termos psicológicos", garantiu Gonçalo Oliveira.

A Subzone -- Search and Rescue Team, de Monção, é uma associação de proteção civil, criada há cerca 10 anos naquele município, e tem sede no quartel dos Bombeiros Voluntários.

Desde segunda-feira, após os terramotos, iniciaram contactos com a embaixada da Turquia, em Portugal, a oferecer ajuda.

"Foi-nos dada luz verde para poder avançar. Levamos todo o equipamento necessário para fazer a primeira abordagem à vítima e para apoiar as outras equipas que já se encontrem no local. Podemos fazer substituição de equipas, intervir numa primeira linha, bem como numa segunda linha, mediante o mecanismo de proteção civil na Turquia", explicou Gonçalo Oliveira.

A equipa, coordenada por Gonçalo Nuno Oliveira, é constituída por João Carlos Parra, Ivo Fernandes, Manuel Carlos Gonçalves, Pedro Silva, João Lourenço, Vítor Teixeira, Marlene Falcão e Paulo Campos.

A missão do grupo, constituído por enfermeiros, bombeiros, professores, bancários e um empresário, teve o "apoio incondicional da Câmara de Monção, de empresas do concelho e de municípios limítrofes".

Os sismos, com epicentro no sul da Turquia, provocaram 3.377 mortos na Síria e 17.674 nas regiões turcas vizinhas, de acordo com a contagem provisória divulgada hoje.

As autoridades e equipas de socorro admitem que o balanço de vítimas mortais continuará a aumentar à medida que sejam removidos os escombros dos inúmeros edifícios que colapsaram.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que 23 milhões de pessoas estão "potencialmente em risco, incluindo cerca de cinco milhões de pessoas vulneráveis".

A OMS afirmou ainda recear uma grande crise sanitária que poderá causar ainda mais danos do que os sismos, segundo a agência francesa AFP.

O sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter atingiu o sudeste da Turquia e o norte da vizinha Síria na madrugada de segunda-feira.

Foi seguido de várias réplicas e de um novo terramoto de magnitude 7,5, que os especialistas disseram ter sido consequência do primeiro.

O sismo inicial libertou tensão acumulada que foi depois transferida para uma falha próxima, resultando num segundo sismo nove horas mais tarde, disseram cientistas ao jornal norte-americano The Wall Street Journal.

Com base no tempo e na proximidade, os dois terramotos são considerados parte do mesmo evento sísmico, que ocorreu na intersecção de três placas tectónicas.

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