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Quénia condena polícias a entre 24 anos e pena de morte por 3 homicídios

Três polícias foram hoje sentenciados no Quénia a entre 24 anos e pena de morte, depois de terem sido condenados em julho por um triplo homicídio que envolveu o uso de tortura, incluindo a um advogado, em 2016.

Quénia condena polícias a entre 24 anos e pena de morte por 3 homicídios
Notícias ao Minuto

10:55 - 03/02/23 por Lusa

Mundo Quénia

O advogado Willie Kimani, o seu cliente Josephat Mwenda e o seu taxista Joseph Muiruri desapareceram em 23 de junho de 2016 após uma audiência num tribunal, num subúrbio de Nairobi, tendo os seus corpos sido encontrados mutilados, uma semana mais tarde, no rio Ol Donyo Sabuk, a sudeste da capital queniana.

"O tribunal considerou estes homicídios repugnantes, com planeamento e execução meticulosos", disse a juíza Jessie Lesiit no tribunal de Nairobi, citada pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).

As mortes dos três homens, precedidas de tortura, provocaram uma agitação no país e levaram a Ordem dos Advogados do Quénia a declarar uma greve de uma semana aos serviços em tribunal.

O jovem cliente do advogado, um motorista de táxi, acusou a polícia de o assediar e intimidar para abandonar uma queixa contra um alto funcionário da polícia que, segundo ele, lhe tinha dado um tiro sem qualquer razão aparente, em abril de 2015.

Os pulsos de Kimani foram atados, três dos seus dedos foram cortados e os seus olhos foram queimados, de acordo com a imprensa queniana.

Fredrick Leliman, um agente da polícia, foi condenado à morte. "Sendo o primeiro arguido um agente da polícia contratado para proteger vidas, agiu em flagrante abuso da sua posição", disse a Juíza Lesiit.

Stephen Cheburet e Sylvia Wanjiku, também agentes da polícia, foram condenados a 30 e 24 anos de prisão, respetivamente, e uma quarta pessoa, Peter Ngugi, que ajudou a polícia a eliminar os corpos, foi condenada a 20 anos de prisão.

Em julho, a juíza Jessie Lessit disse que "com base nas provas apresentadas, não há outra conclusão razoável para além da condenação".

Os quatro condenados anunciaram que irão recorrer da decisão.

Embora a pena de morte esteja consagrada na lei queniana, a última execução neste país da África Oriental foi em 1987, e nos últimos anos, as sentenças de morte têm sido comutadas pelos presidentes.

A polícia queniana é regularmente acusada de execuções extrajudiciais por organizações quenianas e internacionais de direitos humanos.

O Presidente queniano, William Ruto, eleito em agosto, anunciou em 16 de outubro o desmantelamento da temida Unidade de Serviços Especiais (SSU), uma unidade policial criada há 20 anos, mas que tem estado sob críticas depois de notícias sobre casos de desaparecimentos e homicídios violentos.

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