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Sanções económicas à Rússia praticamente sem efeito, segundo a imprensa

O comércio externo da Rússia está quase nos níveis anteriores à guerra na Ucrânia, com países vizinhos a servirem de plataforma para entrada e saída de todo o tipo de produtos, noticia hoje o jornal The New York Times.

Sanções económicas à Rússia praticamente sem efeito, segundo a imprensa
Notícias ao Minuto

18:01 - 31/01/23 por Lusa

Mundo Ucrânia

O jornal norte-americano diz que não estão a ter efeito as sanções económicas impostas à Rússia, na sequência da invasão da Ucrânia, por grande parte dos países ocidentais, incluindo União Europeia (UE) e Estados Unidos, sustentando a afirmação com dados do comércio de países parceiros de Moscovo e indicadores de instituições internacionais.

Dois indicadores que mostram que as sanções não estão a dar frutos são a estabilidade da moeda russa, o rublo, e as previsões que o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou na segunda-feira, indicando que a economia russa vai crescer este ano em 0,3%, bem acima da contração de -2,3% das previsões anteriores.

A Rússia deixou de publicar os seus dados de comércio externo após a invasão da Ucrânia, recorda o jornal, mas uma análise dos números de países vizinhos mostra um aumento que indica que estes estão a fornecer a Moscovo muitos dos bens cujo comércio era suposto ter sido interrompido com as sanções.

Se o porto de São Petersburgo, o maior da Rússia, deixou de receber mercadorias como telemóveis, peças para automóveis ou eletrodomésticos, estes produtos entram agora por estrada a partir de países que não aplicam as sanções, como a Bielorrússia, a China, a Arménia ou o Cazaquistão, escreve o The New York Times.

As compras deste tipo de produtos feitas por alguns países "é em tal quantidade que só podem ser explicadas porque têm outro destinatário (final), como no caso da Arménia", sustenta.

Além disso, o porto de Istambul, na Turquia, tornou-se um porto de entrada de facto para muitas mercadorias destinadas à Rússia, já que daí as cargas saem depois para o porto russo de Novorossiysk.

Outro dado importante referido no artigo é o tráfego comercial entre a China e a Rússia, que atingiu valores recorde em dezembro, após um período de ajustamento imediatamente após a invasão.

A Rússia também encontrou várias formas de contornar as condições e limitações impostas às suas exportações de petróleo, a principal das quais é usar intermediários sediados em países como os Emirados Árabes Unidos, Índia, Paquistão, Indonésia ou Malásia que compram carregamentos de petróleo russo que depois revendem, diz ainda o jornal norte-americano.

Matthew Klein, economista e coautor de um livro sobre guerras comerciais, calculou que as exportações globais para a Rússia estavam, em novembro passado, apenas 15% abaixo dos valores pré-invasão da Ucrânia.

Outro especialista citado pelo jornal é Ami Daniel, diretor da Windward, uma empresa de dados marítimos, que diz ter observado repetidamente nos últimos meses navios russos que transferem as suas cargas petrolíferas para navios de outra bandeira em alto mar, em águas internacionais, ou desligam os seus recetores de satélite para não serem localizados.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento, além de ajuda financeira e humanitária a Kyiv, e a imposição à Rússia de sanções políticas e económicas sem precedentes.

Leia Também: Kyiv quer inclusão de propagandistas do Kremlin na lista de sanções da UE

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