A responsável pela pasta da Agricultura, uma tutela que também não 'escapou' às demissões que têm acontecido no Governo, respondeu às dúvidas e esclarecimentos pedidos por alguns partidos.

"É uma situação ultrapassada", começou por dizer Maria do Céu Antunes, dizendo que sempre remeteu esclarecimentos para uma eventual audição.

Em relação à escolha de Carla Alves para secretária de Estado, a governante explicou se entendeu que "o momento de entradas para o Governo" era um bom momento para substituir Rui Martinho, que saiu por questões de saúde.

Maria do Céu Antunes referiu que o currículo de Carla Alves se adequava ao cargo, e que desde 2018 estava familiarizada como   "Tem um currículo onde ninguém pode pegar. E onde, claramente, garantia a continuidade das políticas", explicou.

A ministra disse ainda questionou Carla Alves se tinha condições para assumir o cargo. "[Disse que] havia um processo que envolvia o seu tempo de autarca, mas não tinha implicações com ela", referiu.

Maria do Céu Antunes reiterou que só soube da existência de contas arrestadas após a tomada de posse, situação que esclareceu em comunicado na altura. Recorde-se que antes deste comunicado, o jornal Público avançou que a governante sabia da existência destas contas arrestadas. 

Maria do Céu Antunes reiterou ainda que foi a ex-secretária que percebeu que não tinha condições para continuar no cargo, rejeitando a ideia deixada em Comissão de que nem ela [Maria do Céu Antunes], nem o primeiro-ministro o iriam fazer, até o Presidente da República 'abrir a porta'. Recorde-se que, na altura, Marcelo considerou que a Carla Alves era "um peso político negativo".

A ex-secretária encontra-se envolvida num processo judicial devido ao arresto de bens do marido, um antigo autarca socialista Américo Pereira com quem tem contas em conjuntos. O Ministério Público mandou arrestar bens do antigo autarca de Vinhais, num processo que envolve mais de 4,7 milhões de euros.

No dia em que Carla Alves apresentou demissão, cerca de 25 horas depois da tomada de posse, o jornal Correio da Manhã noticiou o arresto de contas bancárias conjuntas que a então secretária de Estado da Agricultura tinha com o marido e ex-autarca de Vinhais Américo Pereira, informação divulgada menos de 24 horas depois da tomada de posse da governante.

O Ministério Público acusou de vários crimes e mandou arrestar bens do advogado e antigo autarca socialista, que saiu da liderança do município em 2017, num processo de mais de 4,7 milhões de euros que tem mais três arguidos.

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